Um ônibus clandestino que transportava 16 pessoas do Pará com destino a Bento Gonçalves foi interceptado na tarde desta terça-feira (27) no posto da Polícia Militar Rodoviária da Vila Itoupava, em Blumenau (SC). A operação contou com o apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semudes) e revelou uma série de irregularidades, incluindo a presença de uma criança de 9 anos viajando sozinha.
O veículo havia saído de Belém (PA) na madrugada de sábado (24) e seguia em direção ao interior gaúcho. Entre os passageiros, estavam três crianças e vários adultos que relataram ter pago entre R$ 600 e R$ 800 pelas passagens, valores cobrados por uma empresa que não possui autorização para operar o transporte interestadual de passageiros, conforme confirmou a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
A situação mais delicada envolvia uma menina de apenas 9 anos, que viajava desacompanhada dos pais. Ela foi encaminhada a um abrigo em Blumenau, onde permanece aguardando um responsável legal. Segundo informações da Semudes, o pai reside em Belém e a mãe vive em São José, na Grande Florianópolis.
Além da infração por transporte clandestino, a abordagem resultou na prisão de um passageiro que possuía mandado judicial em aberto por dívida de pensão alimentícia. Ele foi detido no local e encaminhado às autoridades competentes.
Após a apreensão, o ônibus foi levado à rodoviária de Blumenau, onde os passageiros receberam apoio para seguir viagem em ônibus regular, com custos arcados pela empresa clandestina. O veículo irregular foi posteriormente removido ao pátio da ANTT em Itajaí (SC), onde ficará à disposição para processos administrativos e possíveis sanções.
Entre os viajantes estava uma jovem de 21 anos, que deixou o Pará em busca de oportunidades no Sul do Brasil. “Eu não queria sair de perto da minha mãe, mas foi o jeito. Hoje eu não tenho nada, mas eu vou conseguir o meu sonho”, declarou emocionada. Ela pagou R$ 600 pela passagem e planeja se estabelecer em Bento Gonçalves, onde irá morar com uma amiga e trabalhar em uma lanchonete.
A ANTT alerta para os riscos do transporte irregular, que não oferece garantias de segurança ou respaldo em caso de acidentes. Passageiros que utilizam esse tipo de serviço ficam expostos a situações de risco e vulnerabilidade, como foi o caso da criança desacompanhada e de adultos em busca de melhores condições de vida.