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Rede elétrica teve 685 acidentes em 2024, menor número em oito anos

Número de mortes, no entanto, subiu de 250 para 257

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Brasil
22/05/2025 às 11h45
Rede elétrica teve 685 acidentes em 2024, menor número em oito anos
© Rovena Rosa/Agência Brasil

O Brasil teve 685 casos de acidentes envolvendo a rede elétrica em 2024. O dado representa redução de 12,4% ante os 782 registros de 2023 e é o menor patamar desde 2017 , quando começou o levantamento anual da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee).

As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (22) e trazem um alerta: enquanto caiu o número de acidentes, aumentou a quantidade de mortes, de 250 para 257 .

No primeiro ano da pesquisa da Abradee, foram relatados 863 acidentes – fatais e não fatais. Nos anos seguintes, os episódios apresentaram comportamento de oscilação, alternando altas e baixas:

ACIDENTES NA REDE ELÉTRICA
2017863
2018891
2019780
2020826
2021836
2022756
2023782
2024685

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Em 2024, além de 257 mortes, houve 224 acidentes com lesões graves e 204 com lesões leves. Entre os principais motivos de ocorrências figuram:

  • construção ou manutenção predial: 259
  • cabo energizado no solo: 79
  • furto de condutor / equipamento: 40
  • operação de equipamentos em áreas agrícolas: 36

Em se tratando de episódios com morte, as principais ocorrência envolveram:

  • construção ou manutenção predial: 65
  • cabo energizado no solo: 37
  • furto de condutor / equipamento: 29
  • operação de equipamentos em áreas agrícolas: 20
  • ligação elétrica clandestina (furto): 16

De acordo com o presidente da Abradee, Marcos Madureira, em geral, os acidentes na construção civil acontecem quando não há uma análise correta dos riscos elétricos ou quando não se adotam práticas seguras durante a execução das tarefas.

“Alguns exemplos desses riscos incluem a construção de edificações abaixo ou muito próximas a redes elétricas, o uso de escadas metálicas ou vergalhões em locais com proximidade da fiação. São situações que não podem ser negligenciadas pelos profissionais da área”, disse à Agência Brasil .

Em relação aos acidentes com cabos energizados no solo, Madureira explica que grande parte desses casos foi provocada pela queda de árvores sobre fio, devido a ventos fortes, ou por batidas de veículos em postes.

“Em muitas situações, o cabo não chega a tocar o solo, ficando suspenso ou parcialmente escondido, o que dificulta a percepção do perigo”, descreve. “Um dos pilares da nossa campanha é justamente orientar a população a nunca se aproximar de fios caídos e a acionar imediatamente a distribuidora da sua região”, completa.

Preocupação com mortes

A Abradee reúne 42 concessionárias de distribuição de energia elétrica, estatais e privadas, responsáveis pelo abastecimento de mais de 90 milhões de clientes, o que representa uma cobertura de 99,6% dos consumidores brasileiros.

A redução de 12,4% no número de acidentes não tira a preocupação com a gravidade deles, de acordo com o presidente da Abradee, Marcos Madureira.

“Os números mostram que ainda temos um longo caminho pela frente. O aumento dos acidentes fatais é um sinal claro de que precisamos intensificar o trabalho de orientação sobre os perigos da rede elétrica. Nosso compromisso de chegar a zero acidentes permanece”, diz.

Para ajudar a chegar a esse objetivo, a associação lança mais uma edição da campanha nacional de segurança para a prevenção de acidentes com a rede elétrica. A campanha conta com material de distribuição e um site exclusivo .

Serão realizadas ações direcionadas como workshops e videoaulas específicas para profissionais da construção civil. “Queremos levar conhecimento a quem mais precisa dele no dia a dia”, diz Madureira.

Redes subterrâneas

Madureira aponta que a implantação de redes subterrâneas é um fator que pode levar a mais segurança das redes elétricas. “De fato, uma alternativa importante para a modernização das redes elétricas, especialmente em áreas urbanas com alta densidade populacional”.

No entanto, acrescenta ele, trata-se de uma solução de alto custo — cerca de oito vezes mais cara que as redes aéreas — e de grande complexidade técnica, o que exige planejamento conjunto entre prefeituras, distribuidoras e órgãos reguladores.

“Sempre que for tecnicamente viável e economicamente justificável, o aterramento da rede deve, sim, ser considerado. Ele pode contribuir significativamente para a segurança, confiabilidade e estética urbana”, afirma.

Cartilha

A orientação educativa da Abradee adota o slogan “Movimento zero acidentes. A segurança com a rede elétrica começa por você”.

Confira algumas recomendações:

  • Em casa: não sobrecarregue as tomadas; não manuseie aparelhos com mãos ou corpo molhado.
  • Na rua: afaste-se de fios caídos e chame a distribuidora imediatamente; não tente remover objetos da rede elétrica.
  • Nas obras: atenção redobrada com escadas, vergalhões e ferramentas próximas à rede elétrica; sinalize locais com risco elétrico; contrate eletricistas capacitados para lidar com a rede; use os EPIs exigidos para qualquer atividade elétrica.
  • Ao soltar pipa: solte pipas em locais abertos, longe da fiação; nunca use cerol, ele é condutor e perigoso.
  • Nas regiões agrícolas: mantenha distância da rede elétrica ao operar máquinas agrícolas; evite usar eletricidade com solo molhado ou sob chuva.
  • Ao podar árvores: a poda em via pública deve ser feita pela prefeitura; se houver fios enroscados em galhos, não tente mexer, informe a distribuidora ou a prefeitura.
  • Inundações: nunca toque em equipamentos elétricos em áreas alagadas; só religue a energia após vistoria de um técnico.
  • Vendavais e queda de árvores: fique longe de postes ou fios danificados; não tente retirar galhos em contato com a rede.
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