A vacina cuja pesquisa se encontra em um estado mais avançado dentre as demais contra o Covid-19 teve os resultados das primeiras duas fases publicados nesta segunda-feira, dia 20, na revista The Lancet. A vacina, que está sendo elaborada pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a farmacêutica britânica AstraZeneca, é segura e induziu resposta imune no corpo dos voluntários, de acordo com o estudo. A terceira fase já está ocorrendo no Brasil e em outros países.
A pesquisa iniciou em abril e teve as primeiras duas fases realizadas simultaneamente. Os procedimentos contaram com cerca de mil voluntários residentes na Inglaterra, saudáveis e com a faixa etária entre 18 e 55 anos. Segundo os resultados que foram divulgados na publicação The Lancet, a vacina fez com que os voluntários desenvolvessem uma resposta imune eficaz contra o novo coronavírus. "Exatamente o tipo de resposta imune que esperávamos", afirmou o professor de pediatria na Universidade de Oxford, Andrew Pollard. Apesar de muito promissora, ainda é cedo para afirmar se a vacina será o suficiente para a proteção contra o Covid-19..
Os resultados preliminares concluem que os efeitos colaterais não são perigosos, mas foram relatados sintomas leves como febre e dor de cabeça. A terceira fase já iniciou e também ocorre no Brasil. Desde junho, cerca de 3 mil brasileiros estão recebendo a dose da vacina. Ao todo, 50 mil pessoas participam dos testes em todo o planeta. A estimativa, se tudo der certo, é que a vacina possa ser registrada até o final do ano, com autorização de emergência para comercialização.
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Outras vacinas também apontam resultados positivos
Existem quatro vacinas que estão em potencial avanço e que se aproximam das fases finais de testes, nos Estados Unidos, no Reino Unido e duas na China. Também nesta segunda-feira, dia 20, pesquisadores anunciaram que a vacina contra o Covid-19 da chinesa CanSino Biologics demonstrou resultados satisfatórios, e afirmaram ser segura e que induz resposta imune eficaz. Os testes preliminares foram realizados na cidade de Wuhan, epicentro inicial do coronavírus. Além da chinesa, a empresa alemã de biotecnologia BioNTech e a farmacêutica americana Pfizer divulgaram, também nesta segunda-feira, dados adicionais de sua vacina experimental contra o coronavírus que provam que ela é segura e foi capaz de induzir resposta imunológica nos pacientes.
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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS),, há cerca de 160 vacinas contra o coronavírus em fase de testes espalhadas pelo mundo. Dentre elas, 23 já estão sendo testadas em humanos.
Mais de 150 países, entre eles o Brasil, manifestaram interesse em aderir ao mecanismo COVAX, projetado para garantir acesso rápido, justo e equitativo das vacinas contra Covid-19 em todo o mundo. Os 75 países que financiariam as vacinas com seus próprios orçamentos públicos fecharam parceria com até 90 países de baixa renda que poderiam ser apoiados por meio de doações voluntárias ao Gavi’s COVAX Advance Market Commitment (AMC). Junto, esse grupo de até 165 países representa mais de 60% da população do mundo. No grupo, há representantes de todos os continentes e mais da metade das economias mundiais do G20.