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Novos empreendimentos buscam melhorar a forma de viver e conviver nas cidades

Demanda por espaços abertos, multifuncionais e conectados à natureza resgata um modelo de planejamento urbano pouco utilizado no Brasil atualmente

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Dino
18/02/2025 às 16h23
Novos empreendimentos buscam melhorar a forma de viver e conviver nas cidades
Imagem EPO

Se no passado o urbanismo moderno dividiu as cidades em zoneamentos residenciais, comerciais e industriais, por exemplo, e priorizou grandes vias para acomodar o avanço dos automóveis, o cenário atual aponta para um movimento oposto. A demanda por empreendimentos que integram a praticidade de viver sem grandes deslocamentos, ao mesmo tempo em que incorporam espaços verdes e áreas de convivência, reflete a busca por um equilíbrio entre a vida urbana e a natureza.

Segundo o vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Adriano Manetta, a valorização imobiliária sempre esteve atrelada à disponibilidade de comércio e serviços privados próximos às residências. No entanto, o conceito tem evoluído e hoje há uma crescente valorização de espaços que oferecem áreas verdes e ambientes de lazer e fruição.

"Quando uma nova praça ou parque é bem planejado e oferece um serviço de qualidade, há uma percepção de valor agregado ao imóvel e ao entorno", avalia Manetta. É importante também, de acordo com ele, preservar e qualificar esses espaços para que o impacto positivo no mercado imobiliário seja mantid. Ele alerta que áreas sem destinação ou uso adequado pela população podem não apenas deixar de agregar valor, mas até mesmo contribuir para a desvalorização dos imóveis no entorno.

O conceito de "cidade de 15 minutos" vem ganhando destaque ao propor um urbanismo no qual as pessoas possam resolver suas necessidades diárias dentro de um raio acessível a pé ou de bicicleta. O vice-presidente da CMI/Secovi-MG explica que esse modelo privilegia bairros que integram moradia, trabalho, consumo e lazer, reduzindo a dependência do automóvel e promovendo um estilo de vida mais sustentável.

"O que se chama de 'bom urbanismo' não é exatamente uma novidade. Ainda que apresente soluções inovadoras para a vida contemporânea, a abordagem recupera ideias históricas de cidades e bairros mais integrados, menos segregados e abertos à convivência entre pessoas e o ambiente de rua", explica Alexandre Nagazawa, arquiteto urbanista e sócio da BLOC Arquitetura Imobiliária. Segundo ele, os princípios de um bom urbanismo priorizam cidades humanizadas, compactas, mistas e inclusivas, onde é possível morar, trabalhar, consumir e se divertir sem a necessidade de grandes deslocamentos, além de fomentar uma maior integração comunitária.

Exemplos de projetos com essa abordagem já podem ser vistos na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde o Grupo EPO tem iniciativas que refletem os princípios do bom urbanismo. O Torre Catharina, no Vale do Sereno, em Nova Lima, mistura áreas residenciais e comerciais, elimina muros e promove interação entre moradores e visitantes para "criar espaços que despertem o espírito de pertencimento e ofereçam qualidade de vida”. “Isso inclui praças, paisagismo integrado e áreas de lazer conectadas à natureza", explica Guilherme Santos, diretor de Incorporação da empresa.

Morar, trabalhar e se divertir em um só lugar

O bom urbanismo defende espaços mais integrados, onde a vida cotidiana acontece de forma fluida e sem grandes deslocamentos. A ideia central é criar bairros e centralidades multifuncionais e compactas, que combinem residências, comércio e serviços. "Essa abordagem, além de sustentável, tem a visão de cidades que incorporam o caminhar, o uso da bicicleta e espaços públicos acolhedores, essenciais para fortalecer o senso de pertencimento e promover interações saudáveis entre as pessoas", explica Nagazawa.

Nesse sentido, foi criado um projeto para transformar o Vale do Sereno, em Nova Lima, em um bairro que estimule a interação entre as pessoas e promova comunidades mais saudáveis e felizes. Desenvolvida pelo arquiteto André Ayres, com a participação de incorporadoras que atuam na região, a reurbanização alia conceitos de sustentabilidade, planejamento urbano, comportamento humano, design e arquitetura.

Um empreendimento será lançado na avenida Bom Jesus do Vale, onde estão as instalações da igreja que deu nome a via. O projeto prevê a construção de uma torre residencial com base comercial com lojas para atender não só os moradores, mas toda a região, que estará integrada a uma grande esplanada em frente à Paróquia Bom Jesus do Vale. O empreendimento terá apartamentos de três e quatro quartos, além de área de lazer completa.

Outra proposta do projeto Novo Vale do Sereno é a criação do Boulevard das Acácias, uma alameda comercial com um amplo calçadão, que vai reunir empreendimentos comerciais e residenciais de diversas incorporadoras, de modo que as fachadas se conectem por meio de uma "praça" contínua em frente aos edifícios. Entre os equipamentos do bairro, já foi entregue a revitalização das trilhas ecológicas que circundam o Vale do Sereno.

Alexandre Nagazawa afirma que a transformação urbana depende de uma colaboração entre o setor público e privado. "A iniciativa deve unir governos e mercados, sendo fundamental que os governos implementem regulamentações e incentivos que tornem o bom urbanismo uma realidade acessível a todos". 

Ele reforça a urgência de um comprometimento maior por parte das administrações municipais na criação de espaços públicos de qualidade, como praças, parques e centros de convivência, que não sejam apenas funcionais, mas também capazes de acolher as pessoas, conectá-las e inspirá-las. Isso significa promover uma densificação urbana inteligente, onde áreas verdes sejam integradas ao tecido urbano e espaços convidativos sejam criados para enriquecer a experiência cotidiana.

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