Bento Gonçalves da Silva, nasceu em Triunfo em 23 de setembro de 1788 e faleceu em Pedras Brancas, 18 de julho de 1847. Líder da Revolução Farroupilha, sonhou como muitos gaúchos pela independência da província do Rio Grande do Sul do Império do Brasil. Ele foi o primeiro presidente da República Rio-Grandense e uma das figuras mais importantes da história do Rio Grande do Sul. Seu nome é fortalecido pela história, quando a antiga Colônia de Dona Isabel ( então elevada à município ) passa a se chamar Bento Gonçalves.
Filho do alferes português Joaquim Gonçalves da Silva e de Perpétua da Costa Meireles, neta de Jerônimo de Ornelas Meneses e Vasconcelos, rico fazendeiro rio-grandense, nasceu na Fazenda da Piedade, pertencente à família de sua mãe.
Alferes é um título militar brasileiro que remonta à época colonial. O termo se refere aos oficiais de baixa patente, abaixo do posto de capitão. Durante muitos anos, os Alferes foram responsáveis pela defesa das fronteiras e pelo patrulhamento dos territórios coloniais.
Mesmo sendo incentivado pela família a seguir carreira eclesiástica, Bento Gonçalves preferia a lidas no campo e tudo mudo, quando o jovem Bento matou um homem em um duelo. Após o ocorrido o pai exigiria que o filho fosse para o alistamento.
Em 1814 se casa com Caetana Garcia e tem oito filhos: Perpétua Justa, Joaquim, Bento, Caetano, Leão, Marco Antônio, Maria Angélica e Ana Joaquina.
Na Guerra da Cisplatina ou Guerra del Brasil contra as Províncias Unidas do Rio da Prata, foi comandante de cavalaria na batalha de Sarandi, em 12 de outubro de 1825, logo depois foi promovido a coronel de 1ª linha. Participou também da Batalha do Ituizangó, também chamada de batalha do Passo do Rosário (20 de fevereiro de 1827), cobrindo a retirada das tropas brasileiras.
A Revolução Farroupilha iniciou-se em 20 de setembro de 1835. Talvez no início de tudo o levante o levante não fosse de caráter separatista mas, o Rio Grande do Sul entraria para a história como um dos estados que desejou se separar do Brasil. Esse ideal sempre entra em pauta, de quando em quando por gaúchos inflados pela supremacia sulista.
O “Sul É o Meu País” é um movimento da Região Sul do Brasil que estuda a viabilidade da separação dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul do restante da federação. Foi fundado originalmente em 1992 no município de Laguna, SC, pelo historiador Adílcio Cadorin. Tem atual na cidade de São Sepé.
A República Rio-Grandense teve seu fim na Paz de Poncho Verde, em 1º de março de 1845. Dom Pedro II, por sua vez, em sua primeira viagem como imperador pelas províncias do Império, esteve no Rio Grande do Sul em dezembro de 1845. Ao jovem monarca de vinte anos de idade, apresentou-se Bento Gonçalves, com seu uniforme de coronel e revestido de todas as medalhas com que havia sido condecorado por D. Pedro I, pela atuação nas campanhas militares do Primeiro Reinado.
A guerra acabou e Bento Gonçalves retornou para as atividades do campo sem interessar-se pela política. Faleceu de pleurisma dois anos depois.
Também conhecida como pleurite, é uma condição caracterizada pela inflamação das pleuras, que são os tecidos que revestem os pulmões e a parede do peito.
Ao deixar seu nome na história em 11 de outubro de 1890, empresta seu nome para a cidade que hoje é o 18º município mais populoso do RS.
Os ideais de luta por dias melhores e por um povo liberto dos altos impostos, permanece até hoje, como no período de Bento.
Nos dias de hoje surgem outros tipos de líderes e que não possuem a valentia de luta como Gonçalves, mas que usam diretamente o povo para suas manifestações e o povo que anseia por melhores condições, esqueceu que seus grandes heróis pegavam em armas e morreram em sua maioria sem conseguir ver a utopia da liberdade republicana empossada. O Império do Brasil só cairia anos mais tarde por conta do golpe militar.
“A causa que defendemos, não é só nossa, ela é igualmente a causa de todo o Brasil. Uma República Federal baseada em sólidos princípios de justiça e recíprocas conveniências uniria hoje todas as Províncias irmãs, tornando mais forte e respeitada a Nação Brasileira.”
Esse era um comentário frequente de Bento Gonçalves, diante de seus admiradores, sobre a solidez de seus ideais.
E na frase que finda essa coluna, encontramos um Bento que percebe que as grandes glórias são fardos de memória que carregamos dentro de nós mesmos e que a pobreza pode ser sentida não somente no contar tostões e sim na falta de novos desafios e outros ainda não conquistados. Será que nossos governantes de hoje sentem o mesmo?
“Sigo para a minha pequena fazenda, unicamente com a ingente glória de achar-me o homem, talvez, mais pobre do pais.” – Bento Gonçalves
Mín. 10° Máx. 26°