A mobilização para transferir os apenados ao novo presídio de Bento Gonçalves iniciará em junho e deve durar pelo menos dois meses. A ocupação começará ainda sem a pavimentação do trecho de acesso, obra que é de responsabilidade da prefeitura. Nesse meio tempo, o Poder Executivo tentará efetivar parcerias envolvendo os municípios que utilizarão a estrutura da casa prisional, localizada na Linha Palmeiro, no Barracão.
Em recente reunião sobre Segurança Pública realizada no Salão Nobre da prefeitura, o prefeito Guilherme Pasin destacou que o Poder Público Municipal também será responsável por disponibilizar o atendimento de saúde aos apenados. Na avaliação do gestor, esta será uma situação positiva inclusive para a comunidade. "Em primeiro lugar, porque evita que eles necessitem deixar o presídio quando precisarem desse atendimento. E, como sabemos, casos assim causam um desconforto na população, pois, por questões legais e de segurança, os detentos têm prioridade. Oferecendo este serviço no próprio presídio, não teremos mais este problema", justifica.
Questionado se a penitenciária passará a receber condenados de outras regiões do Estado, Pasin salientou que o empreendimento foi projeto para acolher somente a demanda da microrregião de Bento. "É preciso lembrar que também há apenados de Bento Gonçalves distribuídos em outras cidades, e que agora voltarão para cá", pondera o prefeito.
Em uma de suas últimas manifestações como secretário de Segurança de Bento Gonçalves, o tenente-coronel José Paulo Marinho garantiu que no atual presídio, localizado na região central da cidade, não funcionará mais nenhum tipo de regime prisional. Este é um dos grandes temores da comunidade, sobretudo de quem vive ou trabalho no entorno. "O nosso deseja era implodir aquilo, mas temos a confirmação de que não será mais ocupado", afirma o secretário, que está prestes a deixar o posto.
O novo presídio
A nova unidade prisional terá 420 vagas em regime fechado. Serão criadas 384 vagas em celas coletivas, 12 vagas de isolamento, oito vagas para portadores de necessidades especiais e 16 vagas de alojamento, com investimento superior a R$ 30 milhões.
As portas contarão com sistema de abertura e fechamento automático, permitindo que os agentes penitenciários possam monitorar a rotina das galerias através de uma plataforma que percorre o corredor das celas, evitando o contato direto com os apenados. O complexo também terá ambulatório, cozinha, área de isolamento, módulo para revista, refeitório, casa de bombas, oficina de trabalho, sala psicossocial, lavanderia e área administrativa.
De acordo com a Secretaria Estadual de Obras, a nova estrutura, erguida com o uso de monoblocos de concreto reforçado de alto desempenho, adota a mesma técnica utilizada na construção do Complexo Prisional de Canoas e na Penitenciária Estadual de Porto Alegre.