As obras do Complexo de Saúde do Trabalhador em Bento Gonçalves, nas proximidades da Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h), no bairro Botafogo, ainda estão muito longe de acabar. Desde agosto de 2022 as construções do bloco cirúrgico e da Torre do elevador estão paralisadas e, somente em dezembro, a Prefeitura de Bento iniciou os trâmites de rompimento do contrato com a empresa responsável. Já foram gastos com a obra do bloco cirúrgico R$ 3.732.672,76 e  com a Torre com escada e elevador, R$ 1.996.503,45.  

As obras no Complexo de Saúde do Trabalhador se arrastam desde 2012, quando foram iniciadas. Em fevereiro de 2018, foi autorizado pelo ex-prefeito Guilherme Pasin o reinício da segunda fase do projeto, com previsão de conclusão até 2019. Isso não aconteceu e as obras pararam no início do segundo semestre de 2020, devido à pandemia, e voltaram em 2021, sendo interrompidas novamente em 2022 depois de diversas polêmicas envolvendo o Ministério Público do Trabalho e o cancelamento do contrato com a empresa responsável pela obra do bloco cirúrgico e torre das escadas e elevador. Em julho de 2022, o prefeito Diogo Siqueira levou empresários, políticos e a imprensa para acompanhar as obras, prometendo que o bloco cirúrgico teria a possibilidade de realizar as primeiras cirurgias no mês de dezembro do ano passado.

A diretora do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPURB), Melissa Bertoletti Gauer, explicou o motivo do rompimento do contrato com a construtora no final de 2022. "A Prefeitura de Bento Gonçalves, no final de 2022, abriu procedimento de inexecução contratual com a empresa responsável pelas obras do bloco cirúrgico, torre de escadas e elevador, em virtude dos problemas de execução e atraso na obra. Conforme o documento, a obra não apresentou evolução física significativa desde meados de agosto de 2022, quando ocorreu o embargo pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A empresa descumpriu diversos prazos, inclusive não tendo entregue a obra no prazo convencionado entre as partes," esclareceu Melissa. 

Com isso, o questionamento que surgiu foi por qual motivo a prefeitura decidiu cancelar o acordo com a empresa em vez de oferecer mais aditivos de prazo. A diretora do Ipurb destaca que foram concedidos cinco aditivos de prazo e, mesmo assim, não conseguiram concluir a obra, levando o rompimento do contrato. "Foram feitos três aditivos de prazo para obra do Bloco Cirúrgico e mais duas para obra da torre, mesmo assim a obra não apresentou evolução física significativa desde meados de agosto de 2022, quando ocorreu o embargo pelo Ministério público do trabalho (MPT). A empresa descumpriu diversos prazos, inclusive não tendo entregue a obra no prazo convencionado entre as partes," frisou Melissa Bertoletti Gauer. 

A diretora também destaca que a obra está sendo fiscalizada periodicamente e rebate, dizendo que nem todas as obras do Complexo de Saúde estão paradas por todos esses meses. "A fiscalização realiza vistorias periódicas nas obras e sempre que verifica alguma falha no processo construtivo cobra as devidas correções necessárias. É importante ressaltar que as obras do Hospital Público não estão paradas. Estão em andamento a construção do 3º, 4º e 5º andar das alas de internação, a nova sede do Samu, e a revitalização do antigo Hospital Galassi, com troca do telhado e colocação de módulos fotovoltaicos," completa a diretora do IPURB. 

De acordo com Melissa, as novas licitações estão em andamento, sendo que para as obras da Torre do elevador a licitação já foi concluída. "A obra da Torre já está sob responsabilidade de uma nova empresa e com licitação concluída. A empresa está se organizando para realizar a montagem dos andaimes para reiniciar os serviços. Nessa etapa será concluída a estrutura da Torre, o revestimento interno e externo, instalação hidráulica e elétrica, além da instalação dos elevadores," revela Melissa. 

Em relação à obra do bloco cirúrgico, a situação ainda está envolta nas questões burocráticas. "A obra do bloco cirúrgico está com documentação na Caixa Econômica Federal. Assim que for definida a nova empresa, será feita a conclusão dos trabalhos, com a realização dos revestimentos internos e externos com pinturas, forro de gesso, piso, esquadrias, finalizações de rede elétrica, hidráulica e climatização, além do PPCI," finaliza a diretora do IPURB.