O governador Eduardo Leite reuniu, nesta terça-feira (4), no Palácio Piratini, autoridades ligadas ao setor logístico, com o objetivo de discutir avanços para a infraestrutura logística do Rio Grande do Sul. Leite propôs a elaboração de um plano de trabalho para promover melhorias nas vias de transporte e escoamento da produção do Estado. 

O governador destacou a importância estratégica do assunto e pediu brevidade no planejamento das ações. “A ideia é estabelecer uma força-tarefa para desenvolver a capacidade estratégica da nossa logística, contemplando especialmente as ferrovias e verificando a capacidade das hidrovias”, disse Leite. 

Durante a reunião, o diretor superintendente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Guillermo Enrique Dawson Júnior, apresentou ao governador um panorama da situação atual do sistema logístico do Estado. 

“O volume de cargas vem aumentando e trafega principalmente pela via rodoviária. Falta melhor aproveitamento da via ferroviária e modernização do sistema hidroviário. Precisamos de um projeto de longo prazo e de planejamento”, afirmou Dawson. 

O governador havia pedido a Dawson uma exposição que representasse a visão dos usuários do setor, já que a CCGL possui mais de 171 mil produtores associados e dispõe de uma grande unidade logística no Porto do Rio Grande, composta pelos terminais Termasa e Tergrasa, onde ocorrem serviços de recebimento, armazenagem e expedição de granéis agrícolas. 

O gerente de planejamento da Portos RS, Fernando Estima, apontou a relevância da diversificação dos corredores de escoamento. “Num estado essencialmente agrícola, a carga ganha primeiro o caminhão. O sistema rodoviário está atendendo bem, mas pensar em outras vias é interessante, para que não haja uma monodependência logística”, avaliou Estima. O gerente destacou, ainda, a necessidade de revisão do Plano Estadual de Logística de Transportes (PELT-RS) e da política nacional do setor. 

O principal corredor ferroviário do Estado liga a cidade de Cruz Alta ao Porto do Rio Grande, sendo utilizado principalmente para o escoamento de grãos. Segundo Dawson, os demais trechos estão praticamente desativados. 

Algumas ações já estão em curso. Com um aporte de R$ 60 milhões do governo do Estado, a Portos RS realizará dragagens no canal hidroviário Porto Alegre-Rio Grande, no trecho até Triunfo, onde há um polo petroquímico. As dragagens permitirão a recuperação desse segmento. Conforme a Portos RS, a licitação será realizada em breve. 

O governo do Estado pretende fazer um levantamento das melhorias necessárias, listando todas as ações e etapas que precisam ser implementadas, e também encaminhar algumas dessas demandas ao governo federal, nas áreas de competência da União.

Também participaram da reunião o vice-governador Gabriel Souza, o secretário adjunto de Logística e Transportes, Luiz Gustavo de Souza, e o presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), Luiz Afonso Senna.

_{Texto: Juliana Dias/Secom
Edição: Camila Cargnelutti/Secom}