Os bloqueios realizados nas rodovias podem causar desabastecimento de combustível em Bento Gonçalves a partir desta quarta-feira, 2 de novembro. A maioria dos postos só tem gasolina para dois dias e não há previsão de chegada de caminhões devido a uma paralisação dos caminhoneiros dentro da Refinaria Alberto Pasqualini. Alguns postos aproveitaram a escassez do produto para aumentar o valor nas bombas.
A reportagem do NB Notícias estave circulando por Bento Gonçalves e o movimento ainda era tranquilo. Apesar disso, os donos de postos da cidade estão apreensivos em relação à falta de combustível. Segundo um deles, que pediu para não ser identificado, um caminhão conseguiu chegar para abastecer o posto na segunda-feira, 31 de outubro. Porém, a gasolina trazida pelos caminhões dura aproximadamente dois dias nos postos. "A maioria dos postos não terá combustível nesta quarta-feira, 2 de novembro, caso os caminhões não cheguem com o produto", lamentou o empresário.
Isso acontece porque após saírem das rodovias, muitos manifestantes se dirigiram para a frente da Refinaria Alberto Pasqualini. A empresa não foi bloqueada, mas os manifestantes convenceram os caminhoneiros a não seguirem viagem para abastecer os postos de combustíveis. Segundo o comando da Brigada Militar de Canoas, os motoristas não estão trancando portões e nem a rua, apenas não estão saindo com os veículos para os postos. A decisão é de cruzar os braços e parar o abastecimento em todo o Rio Grande do Sul, garantiu um dos manifestantes.
Os manifestantes se concentram em dois pontos: em frente à BR Distribuidora, em Canoas, e à Raízen, em Esteio. Os profissionais que trabalham junto aos motoristas estão na calçada, aguardando a saída dos veículos dos pátios das distribuidoras. Eles garantem que não há bloqueio e que a adesão é espontânea. Contudo, nenhum veículo entra ou sai das distribuidoras de combustível que ficam no local.
Através de um portão lateral, caminhões que estavam no pátio da refinaria, devidamente abastecidos, mas estacionados, conseguiram sair da refinaria sem que os manifestantes percebessem. Os veículos foram escoltados pela Brigada Militar na sua saída do local, a fim de evitar conflitos.
Tirando vantagem da escassez
Já prevendo uma falta de combustível em Bento Gonçalves, alguns postos da cidade resolveram aumentar sutilmente o preço da gasolina. Alguns estabelecimentos reajustram o valor do litro da gasolina comum de R$ 4,89 para R$ 4,99, enquanto a gasolina aditivada passou de R$ 5,09 para R$ 5,19. A atitude revoltou alguns motoristas, enquanto a maioria nem notou o aumento nas bombas.