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Estudo revela que sonecas podem ser um fator de risco para hipertensão

Esta é a primeira pesquisa a usar não apenas informações sobre indivíduos acompanhados por um longo período, mas também um tipo de método chamado randomização mendeliana, que trata-se de uma análise na qual variantes genéticas, associadas a uma determinada exposição – no caso, os cochilos – são utilizadas para investigar seu efeito sobre algum desfecho.

25/07/2022 às 09h44 Atualizada em 26/07/2022 às 17h06
Por: Renata Oliveira Fonte: G1 - Mariza Tavares
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Crédito: Reprodução
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A semana começa um pouco tensa para aqueles que gostam de ter uma soneca, principalmente depois do almoço. Acaba de ser liberada uma pesquisa da Associação Americana do Coração (American Heart Association), publicada na revista “Hypertension”, mostrando que o hábito de tirar uma soneca está associado ao risco aumentado para hipertensão e acidentes vasculares encefálicos, conhecidos popularmente como derrames. Este é o primeiro estudo a usar não apenas informações sobre indivíduos acompanhados por um longo período, mas também um tipo de método chamado randomização mendeliana, que trata-se de uma análise na qual variantes genéticas, associadas a uma determinada exposição – no caso, os cochilos – são utilizadas para investigar seu efeito sobre algum desfecho.

“Os resultados são especialmente importantes uma vez que milhões de pessoas adotam tal hábito”, afirmou o líder do trabalho, E Wang, médico e professor do hospital universitário da Central South University, na China, que está entre as 100 melhores instituições de ensino da medicina no mundo. Os pesquisadores usaram o UK Biobank, com informações de mais de 500 mil indivíduos entre 40 e 69 anos que fornecem amostras de sangue, urina e saliva. Além dos dados genéticos e de saúde, todos respondem a questionários detalhados sobre seu estilo de vida.

Entre 2006 e 2019, foram realizados quatro levantamentos sobre cochilos ao longo do dia. Excluídos os registros dos que já apresentavam um quadro de hipertensão e/ou haviam sofrido um derrame, sobraram 360 mil perfis para serem analisados. Os pesquisadores procuravam uma associação entre o costume de dormir durante o dia e o primeiro relato dos problemas de saúde citados. Com este objetivo, criaram três conjuntos relacionados ao hábito: nunca ou raramente; às vezes; e com frequência. Três quartos dos participantes se mantiveram na mesma categoria.

O que o estudo mostrou:

- Um maior percentual de pessoas que tiravam um cochilo era composto de homens de menor grau de instrução e renda que também fumavam, bebiam durante o dia, sofriam de insônia e roncavam.

- Se comparados com os que nunca tiravam uma soneca, os que tinham esse hábito apresentavam 12% mais chances de desenvolver um quadro de pressão alta e risco aumentado em 24% de sofrer um derrame.

- Aqueles com menos de 60 anos que dormiam durante o dia manifestavam 20% mais chances de sofrer de hipertensão, se comparados com os da mesma idade sem esse hábito. Depois dos 60, a soneca estava vinculada a um risco 10% maior de hipertensão em relação aos que nunca cochilavam.

- A randomização mendeliana mostrou que, entre uma categoria de frequência de sonecas para a outra, o risco crescia 40%. Quem cochilava mais tinha uma propensão genética atrelada à hipertensão.

“Embora tirar um cochilo não seja prejudicial, muita gente tem esse hábito por causa de dificuldades para dormir à noite, condição que está associada a um quadro pior de saúde. O estudo complementa outros achados que mostram que sonecas refletem um aumento de risco para problemas cardiovasculares”, afirmou Michael Grandner, professor da Universidade do Arizona, especialista em sono e coautor do guia “Life´s essential 8 cardiovascular health score” (“Oito métricas essenciais para a saúde cardiovascular”). Em junho, a Associação Americana do Coração adicionou o sono como o oitavo item para a pontuação que mede a saúde do coração e do cérebro.

Outra pesquisa liberada nesta segunda-feira, 25, acompanhou mais de 100 mil participantes durante 30 anos e reforça a relação entre um volume maior de atividade física e o aumento da expectativa de vida. A orientação atual da Associação Americana do Coração é de pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica moderada por semana ou 75 minutos de intensidade vigorosa. Adultos que se exercitavam de duas a quatro vezes mais do que essa recomendação tinham uma redução entre 26% e 31% do risco de mortalidade em comparação com o padrão de 150 minutos de atividade moderada, e entre 21% e 23% em comparação com o padrão de intensidade vigorosa.

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