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Por obra malfeita, prefeitura de Bento terá que mudar alças de acesso ao túnel do São João

Precisou o Ministério Público entrar em ação para comprovar que havia problemas na forma como a obra vem sendo realizada no acesso ao bairro São João.

14/06/2022 às 12h07 Atualizada em 15/06/2022 às 16h46
Por: Marcelo Dargelio
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Já foram injetados mais de R$ 13,4 milhões nas obras do túnel de acesso ao bairro São João - Fotos: NB Notícias
Já foram injetados mais de R$ 13,4 milhões nas obras do túnel de acesso ao bairro São João - Fotos: NB Notícias

Mais uma vez o interminável túnel de acesso ao bairro São João ganhou mais um capítulo em sua novela. Precisou o Ministério Público intervir para apontar os sérios problemas existentes na obra, já que a fiscalização da prefeitura de Bento Gonçalves mostrou-se ineficiente em fazer este serviço. Em audiência pública realizada na quinta-feira, 9 de junho, o poder público se comprometeu a arrumar os problemas apontados pela Promotoria.

Segundo o termo de audiência do Ministério Público, ficou acordado que o topógrafo do Município irá fazer a medição e o levantamento de como ficarão as alças de acesso da rotatória, objeto de investigação do presente Inquérito Civil, com as adaptações já feitas pelo IPURB e com o maior alargamento das pistas de acesso, após o que a empresa Galmarc Consultoria Ltda irá fazer a simulação de trajetória para verificar se implicará melhorias na obra e a viabilidade de ampliação da tipologia de veículos longos no local.  O município, no prazo de 30 dias, irá informar o resultado da simulação no trecho.

Confira os detalhes da audiência

Durante a audiência, comandada pela promotora Carmem Lucia Garcia, estiveram presentes os representantes da prefeitura, representantes de empresas de transporte e do posto de combustíveis do bairro São João, integrantes da Galmarc Consultoria Ltda, empresa responsável pelo projeto do túnel. Inicialmente foi lido o parecer técnico do GAT do Ministério Público.

Após a leitura, os representantes das empresas de transporte expuseram que as empresas de transportes situadas na região utilizam, na sua maioria, carretas de 5 e 6 eixos (18,60m ou mais), além de veículos com 9 e 10 eixos, sendo estes condicionados à licença do DNIT para tráfego, em razão de restrição da rodovia. Esclareceu que, após o laudo pericial confeccionado exclusivamente com base no projeto da obra, o declarante e outros empresários, acompanhados de caminhoneiros e de um engenheiro, constataram que o grau de inclinação, que impede a subida para acessar a Avenida São Roque, obrigando que seja feito um retorno de 500m e 600m mais a frente, o que também não é suficiente, pois as rotatórias também são angulares e a inclinação novamente é um obstáculo, ocasionando riscos de acidentes (tombamento).

O representante da Galmarc Consultoria alegou que o projeto foi elaborado seguindo as normas técnicas do DNIT e adaptado para região montanhosa, como é a de Bento Gonçalves. Devido a isso, há limitações topográficas que impedem algo como se fosse um trevo perfeito, que admita todos os movimentos e tipos de veículos possíveis. A localização da obra situa-se num ponto entre morros e com espaço bastante restrito, dificultado pela existência de casas irregulares construídas nas margens da rodovia.

O IPURB, por sua vez, ponderou que, em razão das reivindicações dos proprietários de empresas da região, o Município alterou o projeto, inclusive sem a concordância do projetista, alargando as alças de entrada e saída para o túnel, que agora passa a permitir o trânsito regular de ônibus rodoviário (OR) e caminhão alongado (CA), bem como os adaptados (CRDWB20D), conforme simulador.  Os únicos veículos que não passam pelo local, de forma alguma, nem mesmo com o retorno, são os BTL e BT7 (bitrem de cavalinho de 21m  e o bitrem longo de 30m), com 7 ou mais eixos, os quais teriam metragem de 30 metros e possuem restrições de tráfego em diversas rodovias.  A alternativa para esses veículos seria andar aproximadamente cinco quilômetros a mais para chegar até a rótula do Pórtico para o outro retorno, isso para quem sai do Bairro São João em direção a Veranópolis. Segundo o IPURB e a empresa projetista, quando foi feito o projeto, havia uma orientação por parte da Polícia Rodoviária Federal, no sentido de que tais veículos não poderiam trafegar na 470, exceto com autorização do DNIT.

A empresa projetista refere que foi contrária às alterações promovidas pelo Município no projeto, porque a ampliação das alças pode ocasionar elevação do número de acidentes, uma vez que veículos menores podem transitar ao lado de veículos maiores, não sendo visualizados pelos últimos, quando da realização das manobras, porque há tendência de tráfego paralelo.

Por sua fez, o engenheiro do IPURB menciona que esteve no local com o caminhoneiro da empresa Sul Móveis e vão ser testadas manobras no local, com um caminhão de 17,60m, com a realização de adaptações que se façam necessárias, como a movimentação do cordão para ampliar ainda mais a faixa/ângulo, porém, para tanto, a empresa contratada ainda precisa fazer algumas adaptações. A obra está prevista para ser concluída no prazo de dois meses, porém ainda não há como precisar se esse prazo será cumprido, pois as obras estão atrasadas e a empresa vem retardando longamente a conclusão.

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Consuelo baccegaHá 2 anos Bento Goncalves, RSQuanta incompetência!!!! Obra seguiu as normas do DNIT mas foi "adaptada" para a região montanhosa! E o IPURB liberou?????? Este mesmo IPURB que vai analisar a liberação das obras de grandes resorts no Vale dos Vinhedos, e o mesmo que enfiou o maior moinho da América Latina no meio da cidade sem exigir a infraestrutura que estava listada na aprovação do projeto, que não previu os grandes caminhões carregados de trigo e de MDF que se trancam e acidentam nas nossas ruas da "região montanhosa".....
M.S Valle Há 2 anos B.GObra de igreja e assim. Mal projetada,e nunca termina. nao aceitam os projetos da população.Se acham donos de Bento. Lá vai$$$$$$$$dos patrões. (POLÍTICO NÃO E PROFISSÃO , É PRESTADOR DE SERVIÇOS A COMUNIDADE,QUE PAGA SEU SALÁRIO)
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