Praça CEU mostra todo o seu potencial dentro da comunidade bento-gonçalvense

A Praça CEU, no bairro Ouro Verde, era um local que estava tomado pela criminalidade, mas que começou a mudar a partir de 2018 com a implantação do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS). Com a chegada do coordenador Clóvis Prates em 2020, foi possível notar as grandes melhorias que ocorreram no local. A integração com a comunidade dos bairros do entorno ficaram ainda mais fortes e as atividades contam com a participação de dezenas de pessoas.

A criação de uma horta comunitária, oficinas de dança e esportes, pracinha infantil com brinquedos novos e academia, além da biblioteca e espaço de informática, tornaram o local um lugar cheio de alegria e oportunidades. É visível a satisfação das pessoas que frequentam a praça, seja com as aulas, com os computadores disponíveis, com a disponibilidade de colher um pé de alface ou com a vontade de pegar emprestado um livro da biblioteca. Da mesma forma é notável o carinho de todos que trabalham no local para o manterem limpo e organizado. 

Clóvis Prates conta como sente a mudança na atmosfera do local. “Nós vemos como a comunidade gosta de vir aqui, durante a semana temos um grande movimento – quase mil pessoas por mês – principalmente por causa das oficinas e visitas no CRAS, mas no sábado e domingo está sempre cheio de famílias tomando um chimarrão e crianças brincando no parquinho, e isso ocorre porque todos estão dispostos a cuidar e preservar a Praça.” 

Nos dias que promovem shows e outras atividades, é possível ver a felicidade dos moradores de ter esse espaço. “A comunidade está engajada e contam como estão felizes que a Praça está funcionando da melhor forma. Quando há shows promovidos pela Prefeitura, o público é grande, os maiores destaques que vimos foi com o espetáculo de Frozen e show do Rodrigo Soltton que reuniu mais de 500 pessoas,” destacou Clóvis. 

Um dos maiores orgulhos de Prates – e de todos os trabalhadores da Praça – é a Horta Comunitária. Com o plantio de radicci, alho, alface e outros vegetais, o projeto veio na hora certa. “Quando cheguei aqui em janeiro em 2020 percebi que não tinha uma horta comunitária, com o fator da pandemia achamos um bom momento para começar já que tínhamos um espaço livre. Tudo foi construído com o apoio voluntário da comunidade com maquinários, mudas e mão de obra.” Segundo o coordenador, em dois anos, mais de mil pessoas já aproveitaram os alimentos oferecidos, e por vezes, foram esses vegetais que ajudaram a balancear as refeições de quem estava passando dificuldades nos anos pandêmicos, sendo que cada família recebe dois pés de alface e o que mais precisar. 

Atendendo os bairros Ouro Verde, Zatt e São Roque, a Praça CEU é também um ambiente de aprendizado. Rosane Secco, moradora do bairro Ouro Verde, inscreveu seu filho, de 10 anos, nas aulas de judô oferecidas gratuitamente no local. “Depois que Praça foi revitalizada vimos uma grande diferença, principalmente com essas oficinas gratuitas – meu filho gosta muito de participar das classes de Judô desde que foram apresentadas para a comunidade – e a chegada da horta foi um diferencial, pois nunca vi essa ação em outro bairro da cidade.”

E há uma variedade de oficinas oferecidas gratuitamente, além do Judô com 25 crianças inscritas, também proporciona ginástica para a melhor idade (com 27 inscritos), Violão (08), Biodança (20), Ginástica Artística (10), ballet (06), além das outras que ainda estão recebendo as inscrições como artesanato, práticas na horta, desenho artístico, arte hip hop, capoeira, arteterapia, canto de coral, decoração e muito mais. 

Mas uma das coisas que mais anima a criançada são os computadores com internet disponíveis em qualquer horário. De acordo com o auxiliar administrativo do local, Luan Leal, a maioria fica à tarde inteira na sala. “A maioria das crianças que frequentam aqui tem de 10 a 12 anos e vem para ficar jogando, pesquisando e assistindo vídeos, alguns adultos vem também para fazer o cadastro de currículos em sites e nesse período de regularizar ou fazer o título de eleitor, muitos vieram até aqui para usar os computadores e pedirem ajuda.” 

Um dos espaços que também é muito frequentado é a biblioteca. Com livros bem cuidados e atuais da literatura contemporânea os adolescentes aproveitam bastante. “Os que mais pegam livros emprestados são os jovens de 15 e 16 anos dado que temos opções bem diversificadas e atualizadas. Sempre que recebemos as doações, higienizamos, catalogamos e depois colocamos nas estantes. Quase nunca temos problemas com não devoluções, pois quem usa cuida muito bem dos livros.”

Finalizando, Clóvis conta como criou um vínculo emocional com os moradores. “Tenho um amor muito grande pelo espaço, não sabemos quanto tempo ficarei no cargo, mas enquanto estiver aqui, darei o meu máximo.” E chegou a criar um lema: “O usuário tem que sair daqui com uma resposta, se ele veio nos procurar é porque precisa, então sempre oferecemos o melhor que está no nosso alcance.”

A Praça CEU está localizada na Rua Calisto Orestes Sganzerla, no bairro Ouro Verde. O horário de atendimento é o mesmo do CRAS, das 08:00 às 17:45 (sem fechar ao meio-dia).