Três empresas vão disputar quem irá construir a usina de resíduos sólidos de Bento Gonçalves. Elas foram consideradas habilitadas pelo Comitê Gestor das Parcerias Público Privadas do Município de Bento Gonçalves em reunião realizada na segunda-feira, 8 de janeiro. Agora elas terão 90 dias para apresentar seus projetos para os comitês.
O Comitê Gestor analisou o interesse de sete empresas que participaram do certame. Foram consideradas habilitadas as empresas Antônio Carlos Mallmann (Ecotech Assessoria Ambiental Ltda), Econise Consultoria e Projetos Ambientais, ambas de Lajeado, e Planex S/A – Consultoria de Planejamento e Execução, de Belo Horizonte, Minas Gerais. Também participaram as empresas Tecnisa Green Energy Eireli e Penascal Engenharia e Construção Ltda, que foram consideradas não-credenciadas por não atenderem ao solicitado no Anexo IV e itens 5.1 e 5.2 do edital. Os proponentes Trigas Indústria e Comércio Ltda e Marciano Fernandes Rodrigues Advogados & Consultores em Governança e Sustentabilidade restaram não-credenciados em virtude de não apresentarem a documentação solicitada nos itens 5.1 e 5.2 do edital.
A partir de agora, as empresas selecionadas terão 90 dias para apresentar o modelo de usina que pretendem construir. Conforme o projeto, o município cederá o terreno e destinará os resíduos. Caberá à empresa construir e administrar a usina, que dará destino energético a 1,3 milhão de toneladas de resíduos produzidos no município anualmente. O contrato será de 25 anos.
Quando a usina entrar em funcionamento, os resíduos orgânicos não serão mais levados para o aterro sanitário no município de Minas do Leão, distante cerca de 210 quilômetros de Bento Gonçalves, o que representará uma economia de aproximadamente R$ 300 mil mensais aos cofres públicos.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Silvio Pasin, a previsão é de que o edital para a construção da usina seja lançado ainda no primeiro semestre, e a usina inicie o funcionamento em dezembro. O modelo de estrutura é orçado em R$ 100 milhões. Porém, o valor pode mudar de acordo com o projeto que for escolhido.
COMO FUNCIONA A USINA
O lixo é descarregado pelo caminhão da coleta e colocado em uma esteira que separa os resíduos.
A esteira possui sensores que conseguem identificar plástico, papel, metal, vidro e lixo orgânico.
Na usina, após este processo de separação, todo o lixo orgânico cai em plataformas onde passará pelo processo da quebra de moléculas. Posteriormente, o material será transformado em energia.
O lixo reciclável será destinado aos recicladores do município para ter a destinação correta.
TIPOS DE USINAS
Plasma pirólise: utiliza a técnica de queima do lixo, porém insere uma quantidade menor de ar, o que dispensa menos fumaça ao meio ambiente desde o processo inicial. Os resíduos são transformados em um material cristalizado que pode ser utilizado para fazer gás, combustível e vapor.
Pirólise: também faz a incineração do lixo orgânico, mas com um aquecimento menor que o modelo de plasma. A fumaça que é liberada no ar é em maior quantidade, só que é inodora e não possui fuligem. Os resíduos são transformados em carvão, que pode ser utilizado para fazer calor e gerar energia.
Liquefação: através da água quente, as moléculas de lixo são quebradas. Neste momento, existe uma transição do estado sólido dos resíduos em uma substância líquida. Este processo também não agride o meio ambiente, mas acaba eliminando menos lixo. O conteúdo gerado pela transformação do material também pode ser utilizado para gerar energia.