A comunidade de Bento Gonçalves recebeu mais um balde de água fria na longa novela da construção do novo presídio na cidade. O processo licitatório de alienação foi um fracasso e o valor arrecadado não chegou a 10% do previsto. Dos R$ 51,6 milhões esperados com a alienação de três imóveis do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), o Piratini conseguiu garantir apenas 2,2 milhões, nesta segunda-feira 8 de janeiro. Com isso, o recurso que garantiria a construção de uma nova penitenciária na Capital do Vinho não foi conseguido e novamente não há previsão de quando isso vá acontecer.
De acordo com informações da Secretaria de Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos (SMARH), apenas uma pessoa concorreu à casa destinada ao superintendente do Daer, localizado na Rua Herny Hugo Dreher, e avaliado em R$ 2,2 milhões. No entanto, não apareceram interessados em relação aos dois imóveis mais caros, um avaliado em R$ 24,1 milhões, em Santa Maria, na Região Central, e prédio da Superintendência Regional do Daer em Bento Gonçalves, com valor estimado em R$ 25,2 milhões. Com a falta de interessados na compra das outras duas propriedades, um novo processo de alienação será desenvolvido, mas ainda sem data para ser realizado.
O titular da SMARH, Raffaele Marsiaj Quinto Di Cameli, afirma que a ausência de propostas em relação aos imóveis avaliados em mais R$ 20 milhões cada não é um revés para o Estado, pois reflete apenas a situação atual do mercado, que pode mudar mais adiante, aumentando as chances de venda. O secretário salientou que esses dois terrenos e outras propriedades deverão ser colocadas à venda nos próximos meses para remanejar investimentos em patrimônio público, mas não garantiu que eles sejam feitos integralmente na construção do novo presídio de Bento Gonçalves. "O valor da venda dos imóveis não será utilizado para despesas correntes do Estado. Ele será utilizado para outros investimentos imobiliários. Quando esses terrenos do Estado são vendidos, eles (recursos) vão para um fundo de gestão patrimonial. Os terrenos estão sendo alienados para serem transformados em patrimônios que tenham um fim social mais justificável", afirmou Di Cameli.