O atraso na distribuição de insulina por parte do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde (SES) deverá afetar pacientes em Bento Gonçalves. O Governo Federal informou que não há estoque de um dos tipos de insulina. Neste mês, conforme a secretaria municipal de saúde, o fornecimento está normalizado, porém ainda não está garantido para os próximos meses.
De acordo com a coordenadora da farmácia da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Cristina Pasqualotto, as insulinas que são fornecidas pelo Estado e que estão em falta são as de ação ultrarrápida. “São um pouco diferentes das que todos os pacientes usam, ou seja, são insulinas de ação ultrarrápida, como Asparte, Lispro, Glulisina, Apidra. O Ministério da Saúde está tentando regularizar o fornecimento, porém sem data para que isso ocorra”, explica.
Conforme reportagem publicada no G1, o atraso está afetando pelo menos 16 mil pessoas no Estado, segundo a Associação de Apoio aos Diabéticos do Rio Grande do Sul (AADIRS). De acordo com a coordenadora, as insulinas NPH e Regular, que são as que a maioria dos pacientes utilizam, está com o fornecimento normalizado e sem previsão de faltas.
No mês de janeiro, o fornecimento de insulinas de efeito rápido esteve normalizado. A próxima remessa, conforme o cronograma do estado, deverá ser entregue às farmácias no dia 7 de fevereiro. No entanto, sem estoque, não há previsão de recebimento deste tipo de insulina. “Recebemos mensalmente, então a distribuição é feita para atender um mês de tratamento dos pacientes que já possuem processo.
De acordo com o e-mail enviado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) ao município, o envio do medicamento pelo Ministério da Saúde para os estados tem ocorrido de forma parcelada e inconstante desde junho de 2021. Os quantitativos também não são suficientes para cobertura total da rede para atendimento do trimestre conforme a programação da secretaria. Portanto, a SES orienta as farmácias a verificar a disponibilidade de estoque conforme a necessidade de consumo mensal afim de garantir uma melhor distribuição do medicamento.
Em caso de falta de insulina de efeito rápido, os pacientes terão que realizar uma nova consulta para aderir a outro tipo de insulina, o que pode não ser a ideal para determinados casos, gerando consequências à saúde.
Confira alguns trechos das recomendações impostas pela Secretaria Estadual de Saúde aos municípios:
Para atender o 1º trimestre de 2022, que se iniciou em 1º de janeiro, o Ministério da Saúde encaminhou quantitativo correspondente a 27 dias de cobertura de atendimento da demanda do RS. Isto é, não haverá quantidade suficiente para atendimento integral da necessidade mensal de atendimento dos locais no RS e, por conta deste fato, recomendamos que a dispensação aos pacientes ocorra de forma proporcional ao enviado pelo Ministério da Saúde, no intuito de garantir disponibilidade mínima e equivalente a todos os pacientes em todos os órgãos dispensadores.
Assim, para a próxima dispensação, os locais deverão verificar sua disponibilidade de estoque “x” necessidade e consumo mensal para definirem a melhor estratégia de dispensação, isto é, se precisam dispensar proporcional aos dias enviados ou se conseguem fazer a dispensação integral do mês aos pacientes.
Ressaltamos que o MS ainda não informou a nova data de entrega, tampouco o quantitativo que será enviado em uma próxima remessa de insulina análoga. Permanecemos empenhados em buscar junto ao MS a regularização da situação e todas as informações pertinentes sobre abastecimento.