Professores do Colégio Sagrado, junto com os futuros alunos do 1º e 2º ano do Ensino Médio, organizam uma viagem para Moçambique, no continente africano, para a realização da segunda Missão Humanitária promovida pela instituição de ensino de Bento Gonçalves. Após a participação na Frente Missionária das Irmãs em Santarém, no Pará, onde sete alunos da escola visitaram e ajudaram uma aldeia de índios no município, a ideia seguiu adiante e os professores organizadores da missão traçaram um objetivo ainda mais ousado, que é atravessar as águas do Oceano Pacífico e ajudar a quem precisa no continente africano.
A ideia da Missão Humanitária para Moçambique surgiu através de um projeto de grupo de estudos organizado pelos professores Tiago Zílio e Altemir Schwarz chamado Hora de Liderar, onde os alunos desenvolvem estudos sobre diferentes temas ao longo do ano. O projeto, que desencadeou no grupo 'Despertos', procurou realizar algo que fosse um diferencial dentro da instituição e, por consequência, surgiu a Frente Missionária que as irmãs desenvolveram no Pará. Em Santarém, sete alunos selecionados por meio de suas notas viajaram para a realização da primeira missão do Sagrado. “A ideia era ajudar os índios da aldeia tanto na necessidade na própria aldeia quanto visando a situação do índio para com o governo. Lá ajudamos a fazer um documento junto com o cacique para realizar uma reunião com o prefeito de Santarém para tentar mudar a situação deles, pois eles estão naquela terra, mas que não é legalmente deles, e tem muita madeireira ao redor. Levamos também suprimentos como alimentos para a aldeia”, explica Pedro Comachio, aluno que participou da missão em Santarém.
Seguindo com a ideia, os professores almejam realizar a segunda Missão Humanitária no continente africano, mais precisamente em Moçambique. "A gente não escolheu a África, a África que nos escolheu. Dentro das possibilidades que surgiram, Moçambique se apresentou como a mais desafiadora, tanto em logística quanto em custos e também quanto a dificuldade humanitária", ressalta Altemir. A proximidade linguística e as ações que a igreja no Brasil já realiza no país também foram fatores que pesaram na escolha de Moçambique. Os alunos e os professores vão atuar em um dos principais problemas que atingem a sociedade do país atualmente. “Vamos atuar junto onde a Congregação das Irmãs já atuam hoje que é especialmente num orfanato na capital Maputo, tratando especificamente de jovens em situação de vulnerabilidade. Moçambique possui uma quantidade muito grande de jovens órfãos ou da Guerra ou da AIDS, é um coeficiente muito grande de jovens que acabam se tornando chefes de famílias com 14 anos porque os pais morreram em virtude da doença ou da guerra", explica o professor Tiago Zilio.
Neste primeiro momento, os alunos estão promovendo diversas ações e eventos para arrecadar recursos para arcar com as despesas da viagem. Segundo Tiago, todos os custos serão arcados pelos trabalhos dos alunos, os quais possuem a autonomia de trabalhar, realizar e divulgar eventos para arrecadação de fundos. Posteriormente, será realizado um aprofundamento detalhado dos objetivos da missão. “Vamos com um ideal para lá. Ainda estamos trabalhando nisso, temos até metade do ano que vem para trabalhar nisso, não vamos para lá apenas para ver, mas sim para ajudar”, afirma o aluno Gustavo Pozza. Os alunos já realizaram a primeira ação neste ano que foi o bingo, reunindo mais de 500 pessoas e já têm programadas novas ações tanto dentro como fora da escola. "Nossa primeira grande ação foi o bingo, que reuniu cerca de 500 pessoas. Fizemos uma mobilização grande, foi feito um balanço do quanto foi arrecadado e tudo que será arrecadado vamos tomando nota. Também vamos fazer ações dentro da escola. Agora tem a apresentação de Natal do Sagrado onde vamos vender bolos, sucos para os alunos e pais", comenta Gustavo.
Ainda em fase de desenvolvimento, a Missão Humanitária para Moçambique, caso seja concretizada, será realizada nas férias escolares no meio do ano.