A Serra Gaúcha sempre foi um ambiente perfeito para um passeio romântico, o que levou diversos diretores de novelas a realizarem tomadas pelas cidades serranas. Porém, fugindo do clichê, o curta Latíbulo chega para mostrar que a região também pode integrar outros gêneros do cinema, no caso, o terror e suspense. O curta Latíbulo, produzido pela Mosfera Filmes, sob comando do diretor Gustavo Bohm Bottega, estreia nesta quinta-feira, dia 5, às 19h30 na Fundação Casa das Artes, com entrada franca.
As gravações foram realizadas no mês de março deste ano, na Linha Jansen, divisa entre Bento Gonçalves e Farroupilha. Com as gravações, a edição bruta do filme e toda a pós-produção, o curta demorou aproximadamente seis messes para ser completamente finalizado. “Gravamos num sábado e domingo em três turnos, foi bem cansativo, mas foi muito divertido também. Toda equipe se entrosou muito rápido, e tudo de encaixou conforme o cronograma” ressalta o diretor. Dentre elenco e equipe, cerca de 20 pessoas foram responsáveis pelo processo, todos remunerados, através do apoio financeiro do Fundo Municipal de Cultura de Bento Gonçalves, primeiro trabalho do gênero a receber verba municipal.
Em meio ao um ambiente propício para o romantismo, Gustavo salienta que a ideia principal era fugir do clichê e promover a região para um gênero totalmente diferente do convencional. “Todos estão acostumados à estética romântica que remete às paisagens da Serra Gaúcha. Bento Gonçalves é conhecida por ser locação para várias produções neste estilo no cinema nacional e principalmente nas novelas. Pensei, por que nós não podemos promover nossa região de outra forma, mostrando que aqui tem cinema alternativo de qualidade sem cair no clichê", explica Bottega.
O roteiro do curta, que possui 12 minutos, foi escrito por Cristiana Livotto e Giovani Zaffari. “No período em que eu e o Giovani escrevemos o roteiro, procuramos explorar o inesperado, atendo-se a uma história de terror que fosse impactante para o público", comenta Cristina.
As filmagens do curta foram realizadas em uma propriedade que era dos avós do diretor, e que ainda preservava a arquitetura e mobiliário herdado dos colonizadores suecos. Todo o enredo foi pensado a partir das locações e do material disponível, “Estamos muito ansiosos pela repercussão que pode ter o filme, porém não sabemos como as pessoas vão reagir. Espero que gostem. Nossa intenção é participar de vários Festivais e Mostras, para dizer a todos que Bento também pode fazer cinema de qualidade sem cair no clichê”, afirma o diretor do curta.
Gustavo Bottega quer levar o curta para diversos festivais, tanto nacionais como internacionais, já que possui legendas, tanto para inglês como para espanhol. A equipe já está pensando em novas ideias para possivelmente colocar em prática mais um curta para o ano que vem. “A nossa intenção agora é participar de Festivais aqui no Brasil e no exterior, já que o filme terá legendas em inglês e espanhol. Vamos ver no que dá. Neste meio tempo já estamos pensando em novas ideias para o ano que vem. Mais um curta, com certeza. Longa talvez mais pra frente. Ainda temos um longo caminho pela frente, mas tenho certeza que é isso que eu mais quero fazer na vida: cinema”, comenta o diretor.