O blogueiro e proprietário do canal Terça Livre Allan dos Santos, teve o mandado de prisão preventiva decretado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Além disso, o ministro ainda determinou que o Ministério da Justiça dê início imediato ao processo de extradição do militante de extrema direita, que está nos Estados Unidos. A Embaixada dos EUA foi comunicada sobre a decretação das medidas.
Allan dos Santos morou durante dois anos em Monte Belo do Sul e foi um dos integrantes do Movimento Vem Pra Rua, que realizou manifestações nas ruas contra o governo de Dilma Rousseff e Michel Temer. A decisão foi tomada ainda no dia 5 de outubro, a pedido da Polícia Federal, e indica ainda que o nome do blogueiro bolsonarista deve ser incluído na lista de Difusão Vermelha da Polícia Internacional (Interpol), para ‘viabilizar sua prisão, neste país ou em outro’. A Procuradoria-Geral da República foi contra a medida. No mesmo despacho, o ministro ainda decretou o bloqueio das contas bancárias de Santos e remesssas de dinheiro.
Em outra decisão, dada no dia 6 de outubro, Moraes ainda acolheu pedido da PF, encampado pelo Ministério Público Federal, e determinou a quebra de sigilo telemático e de transações financeiras de Allan dos Santos. Os dados deverão compreender o período de 1º de janeiro de 2020 até a data do despacho. Na representação encaminhada ao Supremo, a delegada da PF Denisse Dias Rosas Ribeiro pediu a prisão preventiva de Allan dos Santos com base na prática frequente dos crimes de ameaça, ataques contra a honra e incitação à prática de crime, assim como a participação em organização criminosa. “Allan Lopes dos Santos, aderindo voluntariamente sua conduta ao desígnio de outras pessoas, integra organização criminosa voltada à prática dos crimes de ameaça, incitação à prática de crimes, calúnia, difamação, injúria e outros, com o objetivo de auferir vantagem econômica oriunda da monetização e de doações e tendo como consequência a desestabilização do Estado Democrático de Direito”, escreveu.
A delegada afirma que o blogueiro bolsonarista tem migrado a atuação criminosa nas redes sociais para ações práticas “na articulação com agentes públicos e políticos nacionais e estrangeiros, sempre utilizando a aparência de cobertura jornalística para validar seu discurso”. Ela fundamenta que a prisão preventiva garantirá novos dados capazes de sustentar a imputação dos crimes, além de certificar que ele não fuja para outro país e dificulte as investigações.
No dia 8 de outubro, a PF encaminhou ao Supremo a íntegra das investigações no âmbito do inquérito das milícias digitais. Constam nos documentos ações criminosas de Allan dos Santos como a tentativa de influenciar o presidente Jair Bolsonaro e os parlamentares da base aliada a darem um golpe de Estado durante as manifestações antidemocráticas realizadas entre abril e maio de 2020.
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