As negociações realizadas na convenção Coletivo de Trabalho 2017/2018, assinada na última quarta-feira, 9, pelo Sindicato dos Empregados no Comércio de Bento Gonçalves - SEC-BG e pelo Sindicato do Comércio Varejista de Bento Gonçalves - Sindilojas, resultaram no aumento geral nos reajustes salariais por conta da inflação do período. Os salários dos empregados representados pelo sindicato profissional serão reajustados em 4,69%, do dia da data-base (1º de março), pela aplicação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) integral do período revisando. As diferenças relativas ao aumento deverão ser concedidas na folha de pagamento de agosto, com cálculos retroativos do dia 1º de março.

De acordo com as definições presentes na convenção coletiva, ficaram instituídos os seguintes salários mínimos admissionais:

- R$1.354,00 – para os empregados que percebam por comissões;

- R$1.248,00 – para os empregados em geral; 

- R$1.214,00 – para os empregados que exerçam as funções de limpeza;

- R$1.181,00 – para empregados em experiência, por até 60 (sessenta) dias.

A Convenção Coletiva, que iniciou suas negociações na data-base, ou seja, no dia 1º de março, só foi finalizada no mês de agosto. Para a presidente do SEC-BG, Orildes Lottici, o percentual de reajuste fechar com 5% é bom em um país que se fala muito da inflação, mas ressalta que está longe de ser o que realmente gostaria de passar a categoria. "Lógico que o percentual no reajuste nos pisos na categoria num geral não é o reajuste que gostaríamos de passar, mas é até aonde se conseguiu chegar. Até para um país que se fala em inflação, hoje, conseguir fechar uma convenção coletiva com 5% parece que é bom. Mas obviamente que para nós como representantes da categoria comerciária, isso não é uma valorização que vem a suprir ou corrigir verdadeiramente os pisos salariais de nossa categoria", afirma a presidente do SEC-BG. 

Orildes lamenta que, na convenção assinada que representa os comerciários de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa, ainda não se tenha o auxílio creche e o auxílio alimentação aos comerciários. "Lamentamos que, na convenção que fechou que representa os comerciários, ainda não se tenha auxílio cheche que o sindicato tem com as demais convenções coletivas. Lamentavelmente mais uma vez não conseguimos incluir como cláusula aos comerciários que tenham o auxílio alimentação e o auxílio creche", afirma a presidente.

Segundo o presidente do Sindilojas, Daniel Amadio, as negociações ficaram de bom tamanho para todos, dentro de um período que se comenta muito sobre crise, inflação e altas taxas de desemprego, mas lamenta a demora em que se levou para o fechamento das negociações da convenção. "Tivemos a sensibilidade do SEC-BG, entendo que se fossemos ponderar outras folhas de pagamento dos comerciantes em si, estaríamos gerando mais desemprego ainda. É um momento de reflexão, de pensar nas atitudes e não abusar do poder econômico das empresas, que pode a vir ocasionar problemas graves financeiros. Neste sentido, ficou bom para ambas as partes, quem vai ter que pagar a conta não vai sentir tanto, quem irá receber, poderá não ver crescimento real na sua renda, mas sabe que pelo menos está garantido o seu emprego e sua fonte de renda. Creio que ficou de bom tamanho, os pisos ficou dentro do que já esperávamos e, de lamentações a demora, foram seis meses e com isso poderia ser mais ágil, poderia ser agilizado esse processo", afirma o presidente do Sindilojas.