15°C 27°C
Bento Gonçalves, RS
Publicidade

Casos da doença "mão-pé-boca" preocupam pais de alunos de creches em Bento

Vigilância Epidemiológica confirma a incidência maior de contágio nas últimas semanas, mas destaca que o cenário já era esperado em função do período do ano e da retomada presencial. Doença normalmente não evolui para quadros mais graves, porém é de rápida transmissão

23/09/2021 às 16h13 Atualizada em 23/09/2021 às 18h44
Por: Marcelo Dargelio
Compartilhe:
(Reprodução)
(Reprodução)

Ao longo dos últimos dias, vários pais que têm seus filhos matriculados em escolas infantis de Bento Gonçalves manifestaram ao NB Notícias a preocupação com o aparecimento de casos da chamada "síndrome mão-pé-boca". Como característica principal, a doença – que atinge especialmente crianças até cinco anos – é marcada pelo surgimento de pequenas feridas vermelhas na palma das mãos e na planta dos pés. Outras lesões, mais doloridas, podem surgir na boca e na garganta.

A Vigilância Epidemiológica do município confirma a ocorrência de situações de contágio, sobretudo do início do mês até agora, a partir de atendimentos registrados em unidades de saúde nos bairros e na UPA 24h. Por não exigir notificação compulsória, exceto quando se tratar de um surto (o que ainda não está confirmado na Capital do Vinho), não há dados exatos sobre contaminados na cidade.

Embora seja de rápida disseminação, a mão-pé-boca normalmente não evolui para quadros mais graves e tende a regredir em até uma semana, quando encerra o ciclo do vírus Coxsackie. O tratamento, então, é direcionado a combater os sintomas, que também podem ser febre e diarréia. "Os casos estão acontecendo, mas é algo que esperávamos, principalmente para esta época do ano. Em geral, nas escolinhas, o que precisa ser feito é afastar a criança doente e fazer a higienização dos brinquedos e ambientes", explica o coordenador da Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde de Bento Gonçalves, José da Rosa.

Apesar da necessidade de cuidados constantes, pelo fato de as crianças compartilharem espaços e objetos, José destaca que o contágio pode ocorrer no período de dois a três dias antes dos sinais físicos de contaminação. "Essa síndrome não ocorre em todos os anos da mesma forma. Ela dá uma silenciada por um tempo, às vezes três ou quatro anos, e depois retorna", complementa. Mesmo se tratando de uma "doença benigna", ele ressalta que é extremamente importante buscar atendimento médico tão logo se verifique algum sintoma. 

O retorno presencial da Educação Infantil é outro fator que, inevitavelmente, deve ter contribuído para aparecimento de mais casos. Em 2019, o Rio Grande do Sul registrou 180 surtos da doença. Em 2020, foram apenas seis. E, neste ano, ao menos 21.

O que diz a Smed

De acordo com a secretária de Educação Adriane Zorzi, as escolas receberam informações de como agir e orientar os pais. "Não há registro de surto de síndrome mão-pé-boca nas EMIs de Bento, o que ocorre são casos específicos em diferentes turmas das escolas infantis", afirma.

Para as creches, a recomendação é manter os locais bem arejados, realizar higiene constante nos espaços, limpar frequentemente todos os brinquedos e materiais e deixar as crianças com sintomas afastadas da escola, mantendo os mesmos cuidados que estão tendo devido ao coronavírus. "Porém, a criança está transmitindo antes do aparecimento dos sintomas, e isso dificulta o controle da propagação", pondera a secretária.

Sinais característicos da doença:
– Febre alta nos dias que antecedem o surgimento das lesões;
– Aparecimento, na boca, amídalas e faringe, de manchas vermelhas com vesículas branco-acinzentadas no centro que podem evoluir para ulcerações muito dolorosas;
– Erupção de pequenas bolhas em geral nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas que pode ocorrer também nas nádegas e na região genital;
– Mal-estar, falta de apetite, vômitos e diarreia;
– Por causa da dor, surgem dificuldade para engolir e muita salivação.

Transmissão:
A transmissão se dá pela via fecal/oral, através do contato direto entre as pessoas ou com as fezes, saliva e outras secreções, ou então através de alimentos e de objetos contaminados. Mesmo depois de recuperada, a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. O período de incubação oscila entre um e sete dias. Na maioria dos casos, os sintomas são leves e podem ser confundidos com os do resfriado comum.

Tratamento:
Ainda não existe vacina contra a doença mão-pé-boca. Em geral, como ocorre com outras infecções por vírus, ela regride espontaneamente depois de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, tratam-se apenas os sintomas. Medicamentos antivirais ficam reservados para os casos mais graves. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta.

Recomendações:
– Nem sempre a infecção pelo vírus Coxsackie provoca todos os sintomas clássicos da síndrome. Há casos em que surgem lesões parecidas com aftas na boca ou as erupções cutâneas; em outros, a febre e a dor de garganta são os sintomas predominantes;
– Alimentos pastosos, como purês e mingaus, assim como gelatina e sorvete, são mais fáceis de engolir;
– Bebidas geladas, como sucos naturais, chás e água são indispensáveis para manter a boa hidratação do organismo, uma vez que podem ser ingeridos em pequenos goles;
– Lembre-se sempre de lavar as mãos antes e depois de lidar com a criança doente, ou levá-la ao banheiro. Se ela puder fazer isso sozinha, insista para que adquira e mantenha esse hábito de higiene mesmo depois de curada;
– Evitar, na medida do possível, o contato muito próximo com o paciente (como abraçar e beijar);
– Cobrir a boca e o nariz ao espirrar ou tossir;
– Manter um nível adequado de higienização da casa, das creches e das escolas;
– Não compartilhar mamadeiras, talheres ou copos;
– Afastar as pessoas doentes da escola ou do trabalho até o desaparecimento dos sintomas (geralmente 5 a 7 dias após início dos sintomas);
– Lavar superfícies, objetos e brinquedos que possam entrar em contato com secreções e fezes dos indivíduos doentes com água e sabão e, após, desinfetar com solução de água sanitária diluída em água pura (1 colher de sopa de água sanitária diluída em 4 copos de água limpa);
– Descartar adequadamente as fraldas e os lenços de limpeza em latas de lixo fechadas.

(Fonte: Ministério da Saúde)

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Bento Gonçalves, RS
17°
Chuvas esparsas

Mín. 15° Máx. 27°

17° Sensação
3.13km/h Vento
94% Umidade
100% (1.26mm) Chance de chuva
06h50 Nascer do sol
05h56 Pôr do sol
Sáb 28° 16°
Dom 18° 14°
Seg 28° 14°
Ter 28° 17°
Qua 28° 16°
Atualizado às 09h01
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,13 -0,58%
Euro
R$ 5,50 -0,71%
Peso Argentino
R$ 0,01 -0,56%
Bitcoin
R$ 347,072,99 -1,82%
Ibovespa
124,645,58 pts -0.08%
Publicidade