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Hábitos que estragam os seus dentes

Roer as unhas, morder a tampa da caneta e até mesmo a ingestão exagerada de determinadas bebidas podem tirar a beleza - e a saúde - dos seus dentes

29/08/2021 às 11h33 Atualizada em 03/11/2022 às 10h05
Por: Jaqueline Bagnara Fonte: minhavida
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Cuidar da saúde bucal vai muito além das escovações diárias recomendadas por dentistas. Além de dedicar tempo e esforço à atividade, principalmente após as refeições, é preciso ficar de olho em alguns hábitos corriqueiros que prejudicam os dentes, mas passam despercebidos em muitas ocasiões.

Num primeiro momento, gestos como palitar os dentes e roer as unhas soam inofensivos. Em longo prazo, porém, eles resultam em agressões graves à estrutura dental, com desgaste das extremidades dos dentes e inflamações na gengiva. A musculatura envolvida no processo de mastigação também é impactada pelo esforço repetitivo, aumentando dores musculares e articulares durante as refeições.

Pequenas mudanças na rotina e uma postura mais consciente podem impedir que esses hábitos se transformem em uma grande dor de cabeça. É bem mais fácil do que você imagina.

Abrir embalagens com os dentes

Apesar de muito comum, o hábito de abrir embalagens ou mesmo a garrafinha de água com os dentes não é nada saudável para a saúde bucal, como explica a cirurgiã-dentista Heloísa Crisóstomo, da Associação Brasileira de Odontologia do Distrito Federal (CRO-DF 8149).

De acordo com a especialista, a força excessiva utilizada no gesto pode estressar a estrutura dos dentes, causando fraturas e trincas. Além disso, a embalagem pode permanecer intacta, às custas de um dente bem dolorido. Melhor poupar o estresse e ter ao alcance das mãos qualquer outra ferramenta, como uma tesoura.

Morder tampas e pontas de canetas

Muitas pessoas que têm esse hábito nem sequer se dão conta disso. Em momentos de estresse ou concentração, leva-se a caneta à boca quase que por instinto, triturando o plástico com os dentes sem se dar conta do estrago. Brincar de morder a tampinha ou a ponta do objeto parece aliviar a tensão emocional na hora, claro, mas o prejuízo realmente não vale a pena, como aponta a dentista Maristela Lobo (CRO-SP 81401), especializada em periodontia.

Assim como abrir embalagens com a boca, forças excessivas e hábitos parafuncionais (involuntários) frequentes acabam causando um estresse excessivo e anormal na estrutura do dente e do periodonto, podendo causar trincas ou fraturas.

"Além disso, o hábito força a musculatura da mastigação com movimentos repetitivos, o que pode gerar dores e disfunções musculares e articulares", alerta Maristela.

Escovar os dentes de qualquer jeito

Na correria do dia a dia, muitos se esquecem da importância de fazer uma higiene bucal adequada e acabam deixando aquela escovação mais caprichada para depois. De acordo com Maristela, muitas doenças bucais envolvem bactérias como causa principal. Por isso, uma boa escovação não só ajuda a conquistar um bom hálito, como também previne a proliferação de micro-organismos que prejudicam dentes e gengivas.

Um sorriso impecável requer, acima de tudo, disposição, tempo e concentração. "Os produtos de higiene bucal são fundamentais para uma escovação adequada, mas a eficácia do hábito faz toda a diferença, ou seja, a maneira como escovamos os dentes. As bactérias aderem à superfície do esmalte dos dentes, gengiva e língua, por isso é importante escovar bem as cerdas da escova muitas vezes para removê-las de forma eficaz", orienta a especialista.

Roer as unhas

Pessoas que já roeram ou ainda roem as unhas sabem que por trás do gesto aparentemente inofensivo existe uma válvula de escape para situações de estresse e tensão. E é justamente por isso que abandonar o vício é tão difícil, já que roer as unhas é algo automático, sem intenção - e nem por isso menos prejudicial.

O atrito repetitivo acaba levando ao estresse de algumas estruturas dos dentes, que tendem a apresentar lascas e fraturas com mais facilidade, além de contribuir para a retração da gengiva e até a reabsorção radicular do dente, ou seja, um "encurtamento" da raiz do dente. E tem mais: o estresse causado pelo ato de roer as unhas pode piorar dores musculares entre as têmporas e mandíbulas, devido ao esforço e tensão progressivos durante a mastigação.

Café e vinho em excesso

O problema desse hábito não está nas bebidas em si, mas nos corantes presentes em cada uma delas. Tanto o café como o vinho podem, com o tempo, deixar os dentes com um aspecto envelhecido, como observa Heloísa Crisóstomo. Segundo ela, o consumo em excesso dessas bebidas leva à pigmentação dentária, já que os corantes podem manchar o esmalte dos dentes e escurecê-los com o tempo.

De acordo com Maristela Lobo, os efeitos causados por café e vinho em excesso podem ser ainda mais profundos. Como o esmalte dos dentes é permeável, corantes de vinho e café podem acabar atingindo camadas mais profundas da estrutura dentária, tornando a recuperação da cor original, quando possível, muito mais complexa e trabalhosa. Por isso, é fundamental escovar os dentes ou enxaguar a boca com água após consumir bebidas muito pigmentadas.

Refrigerantes e açúcar

A sabedoria popular diz que nada em excesso faz bem, nem mesmo bebidas e alimentos tidos como saudáveis. No caso de refrigerantes e outras bebidas açucaradas, o cuidado deve ser redobrado, principalmente quando avaliamos o impacto na saúde dos dentes. "Açúcares e bebidas ácidas, como os refrigerantes, podem acabar com tecidos importantes para a proteção dos dentes, como o esmalte e a dentina, deixando-os expostos e mais sensíveis", afirma Maristela.

Palitar os dentes

Espalhados por lanchonetes e restaurantes, os palitos de dente são usados ao final das refeições por muitas pessoas. Para especialistas, a prática deveria ser abolida de uma vez por todas, já que o palito traz mais prejuízos do que vantagens para a limpeza dos dentes.

"O atrito de instrumentos externos, como no caso dos palitos de dente, pode gerar perdas substanciais de estrutura dental, desgastando o esmalte, além de machucar a gengiva. Isso, aliás, pode causar a sua retração e expor a raiz dos dentes", explica Maristela. Por isso, esqueça os palitinhos da mesa do almoço. Apenas o fio dental pode ser utilizado para fazer a limpeza entre os dentes de forma confiável e segura.

Morder alimentos muito duros

Quando falamos de dentes, todo cuidado é pouco. Abusar da sorte e tentar quebrar, triturar ou partir alimentos muito duros, como uma bala de caramelo ou mesmo um pedaço de torresmo, pode levar a fraturas dentárias moderadas e graves, dependendo do caso. Além disso, o hábito promove o desgaste cada vez maior dos tecidos que fazem a proteção dos dentes, como o esmalte e a dentina.

Sucos ácidos

Frutas cítricas como laranja e limão são ricas em vitamina C, nutriente que ajuda a fortalecer as defesas naturais do organismo e nos protege de uma série de enfermidades. Parece uma boa ideia, então, tomar muitos copos de suco para escapar de gripes e resfriados, não é mesmo? Em teoria, sim; na prática, porém, a ingestão excessiva de sucos cítricos contribui para o a desmineralização do esmalte dos dentes, como no caso dos refrigerantes, graças à acidez natural das frutas cítricas.

E quanto aos sucos industrializados, com baixa acidez? Neste caso, os riscos são outros, mas igualmente prejudiciais para a saúde bucal: "Sucos industrializados levam muito açúcar e corantes artificiais em suas fórmulas químicas. O consumo exagerado pode levar a lesões cariosas e manchamento nos dentes", atenta Heloísa. Além disso, essas bebidas preservam poucas vitaminas e fibras naturais das frutas, o que as torna pobres em nutrientes.

Cigarros

Fumar não é um bom hábito para a saúde de uma maneira geral. Os dentes, que ficam em contato direto com as substâncias tóxicas expelidas pela fumaça do cigarro, são os primeiros a sentir os efeitos negativos do vício. Isso porque as substâncias presentes no cigarro diminuem a vascularização dos tecidos moles que envolvem os dentes, diminuindo sua capacidade de nutrição e proteção, como explica a dentista Maristela Lobo. Em casos de doenças periodontais, como a periodontite avançada, sem possibilidade de tratamento e recuperação, o paciente precisa fazer a extração do dente inflamado.

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