Escritório regional irá elaborar projetos prioritários para Caleffi levar ao governo federal

As três décadas em que Bento Gonçalves ficou sem um representante político em Brasília estão servindo como mobilização para as entidades locais apresentarem um grande número de demandas reprimidas do município e da Serra ao recém empossado deputado federal Paulo Caleffi (PSD). Na manhã desta segunda-feira, dia 17, em reunião no Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC-BG), o parlamentar recebeu uma série de pedidos das lideranças empresariais, entre os quais se destaca a cobrança pela duplicação da BR-470.

No encontro, o CIC-BG anunciou que, aproveitando a oportunidade do mandato de Caleffi, instalará um escritório técnico regional de projetos. A iniciativa terá como objetivo a análise das reivindicações e a elaboração de proposições para o desenvolvimento de Bento e das cidades do entorno, que terão o deputado como o intermediador para fazê-las chegarem ao governo federal.

Durante a reunião, Caleffi explicou como funcionará sua estrutura de trabalho, que contará, em Bento Gonçalves, Porto Alegre e Brasília, com um escritório técnico e uma extensão política do gabinete em cada um destes pontos. Na Capital do Vinho, partiu dele o convite para que o CIC-BG estivesse à frente da causa. "É uma oportunidade que todo esse setor produtivo tem para fazer com que suas demandas cheguem ao centro das decisões, que é Brasília. Sou um instrumento, um porta-voz, e estou disposto a trabalhar por elas", afirma.

O deputado federal ainda garantiu que o objetivo deste formato é separar, em um primeiro momento, as motivações para levar adiante as ideias que serão levantadas, partindo efetivamente de uma necessidade regional para somente depois ingressar no campo da articulação política. "A demanda técnica é aquela que requer do deputado um conhecimento maior sobre o assunto. Então, o escritório técnico vai funcionar sem olhar a parte política. É de interesse técnico? É de interesse da comunidade e da região?  O que precisa ser feito? Se é justa a demanda, tudo isso tem que ser analisado diferente na forma técnica e na política", explica.

Na avaliação do presidente do CIC-BG, Rogério Capoani, esse modelo permitirá agilizar algumas solicitações, que já chegarão à mão de Caleffi bem fundamentadas. "Isso é muito importante, porque as demandas que são mais pontuais, específicas, sejam elas da indústria, do comércio, dos serviços, do nosso turismo, inclusive, poderão ser alicerçadas de uma maneira técnica, para aí sim demandarmos a assessoria do deputado para que imediatamente, com bastante eficácia, ele consiga dar sequência junto aos ministérios, às emendas parlamentares. Enfim, uma série de situações em que o nosso deputado poderá nos auxiliar", ressalta.

Capoani também elogiou a postura de Caleffi, que terá, inicialmente, um período reduzido de atuação, em virtude da proximidade das eleições. "Quando a gente falava de experiência, de condições, de competência, desde o início ele está nos comprovando. Como esse mandato tem praticamente um ano, e tomara que seja apenas o primeiro, ele tem que otimizar de uma maneira efetiva. Essa ideia do escritório técnico é fundamental, porque aqui a gente elabora, passa o tempo formatando os projetos, para que, quando cheguem na mão do deputado, ele estejam prontos", conclui.

DEMANDAS APRESENTADAS
Além do próprio CIC-BG, incluindo o Bento+20, entidades como Movergs e CIC-Serra também apresentaram um "pacote" de reivindicações a Caleffi na reunião desta segunda. Confira:

CIC-BG:
– Trabalhar na articulação do Congresso, através da própria bancada gaúcha, a fim de diminuir o assistencialismo sem contrapartida adequada.
– Otimizar e buscar mais efetividade nos investimentos, elaborando e cumprindo amplo e competente planejamento nesta área, minimizando o risco de ocorrerem investimentos infrutíferos.
– Defender a busca constante da diminuição dos gastos públicos, iniciando pelo próprio Congresso, e estendendo o compromisso por toda a esfera do Executivo.
– Embasado em sua formação e conhecimento da área jurídica, defender pautas da boa ação e melhor conduta do judiciário brasileiro.
– Apoiar projetos de turismo de Bento e região. Em breve será apresentado um projeto, em conjunto com o poder público local, que abrangerá Bento Gonçalves e municípios do entorno. Além de investimentos e esforços coletivos em nível local, regional e estadual, será necessário o apoio e aporte  do governo Federal para viabilizar sua realização. Ensejamos que o Deputado seja o representante e porta voz desse projeto junto ao Congresso, abrindo portas nos Ministério do Turismo e da Infraestrutura.
– Auxiliar na luta constante que os setores produtivos travam em busca de mão de obra qualificada e formação da mão de obra básica, através dos cursos de preparação em parceria com Sebrae, Senai, academia. É necessário, em âmbito federal, apoio neste pleito.
– Valendo-se de sua larga experiência no setor do transporte, envolver-se de forma decisiva nos pleitos que pedem melhorias na BR-470 que adentra Bento e arredores.
– Valendo-se de seu conhecimento acerca da importância das feiras de negócio, apoiar a promulgação de emenda para melhorias e reformas estruturais na Fundaparque.
– Apoiar as ações de combate à Covid-19, defendendo um protocolo definido no que tange aos métodos de tratamento: diversificação sim, mas nunca omissão de qualquer prática que possa ser útil e que auxilie no combate à pandemia, além de intensificar a vacinação e sua distribuição.

BENTO+20:
– Ter um representante de Bento Gonçalves dedicado a interagir com frentes parlamentares relacionadas a inovação, tecnologia e empreendedorismo.
– Utilização da via férrea para mobilidade urbana.
– Duplicação da BR-470 urgente, desde Carlos Barbosa até o Distrito de São Valentim.

MOVERGS:
– Combate ao custo Brasil
– Reduzir as incertezas e promover um cenário de maior previsibilidade e a capacidade de se planejar em prazos mais longos.
– Aumento de competitividade no setor bancário, facilitação e mais acesso ao crédito. 
– Ampla reforma tributária com tributos federais, estaduais e municipais. É um dos fatores mais críticos para a baixa competitividade do Brasil frente a outras economias
– Ampla reforma administrativa de forma a tornar o serviço público mais produtivo e eficiente, de forma a garantir a sustentabilidade da dívida pública e, sobretudo, prestar um melhor atendimento à população.
– Melhorar o financiamento à inovação, fortalecer parcerias entre governo, setor produtivo e academia, estruturar políticas de longo prazo e priorizar a formação de profissionais qualificados.

Prioridades 2021 para a atuação internacional:
– Aperfeiçoar a governança da política comercial brasileira de modo a tornar o processo decisório mais eficiente, eficaz e equilibrado em seus resultados.
– Ampliar o acesso aos mercados externos para bens, serviços e investimentos brasileiros por meio da negociação de acordos comerciais com regras bem definidas e estimular a abertura comercial de forma equilibrada, gradual e previsível.
– Ampliar o acesso aos mercados externos para bens, serviços e investimentos brasileiros por meio da implementação de uma estratégia público-privada para identificação, qualificação, monitoramento e remoção de barreiras impostas por terceiros mercados.
– Formular e defender medidas que aprimorem o quadro regulatório, sobretudo o alinhamento às práticas internacionais e diretrizes da OCDE, que contribuam para aumentar a competitividade das operações de empresas brasileiras fora do País e que aumentem a atratividade dos investimentos estrangeiros para o Brasil.
– Ampliar a integração do país às cadeias globais de valor e aos fluxos de comércio internacional por meio da adoção de medidas para desburocratização, facilitação e modernização dos processos de comércio exterior brasileiro.
– Aumentar a participação de empresas e produtos brasileiros de maior valor agregado no comércio global por meio da melhoria regulatória de temas de logística e infraestrutura do comércio exterior em seus diferentes modais.
– Reduzir a carga tributária, simplificar a tributação sobre as operações de comércio exterior de bens e serviços, e assegurar a imunidade tributária das exportações para garantir isonomia e ampliar a competitividade dos produtos e serviços brasileiros no mercado internacional.
– Preservar, fortalecer e modernizar o sistema público de financiamento e garantias às exportações do Brasil para assegurar que as empresas brasileiras possam competir em condições de igualdade com seus concorrentes no comércio internacional.
– Promover o cumprimento das regras da OMC que visam equilibrar as condições de concorrência no mercado internacional e combater o comércio desleal (práticas de dumping e subsídios) em defesa da indústria, da produção, dos investimentos e níveis de empregos no País.
– Aprimorar a governança entre instituições públicas e privadas na prestação de serviços de apoio à internacionalização de empresas brasileiras, para tornar o portfólio ofertado mais harmônico, eficiente e eficaz.
– Promover o aperfeiçoamento contínuo de normas, práticas e sistemas dos serviços de apoio à internacionalização de empresas que são regulados pelo governo brasileiro.
– Viabilizar e apoiar a oferta um portfólio de serviços diversificados, eficientes e pertinentes que atendam a empresas em diferentes estágios de internacionalização, desde a preparação estratégica, prospecção de mercados, negociação comercial e elaboração de documentos para exportação.
– Formular a agenda do setor privado para os mercados prioritários para a indústria brasileira e defender seus interesses junto aos governos e setores privados, com o objetivo de promover melhorias no ambiente de negócios e ampliar o fluxo de comércio e investimentos.
– Prover os serviços de educação profissional e tecnológica, a promoção da inovação e a transferência de tecnologias industriais, contribuindo para elevar a competitividade da indústria brasileira com operação no exterior.

CICS SERRA:
– Duplicação do trecho urbano da BR-470 que abrange as cidades de Carlos Barbosa, Garibaldi e Bento Gonçalves, bem como a construção de túneis e viadutos.