Empresas e profissionais ligadas ao setor do Turismo lançaram nesta terça-feira, 23, ação de sensibilização pela volta ao trabalho de forma responsável. Impedidos de trabalhar por quatro semanas, em função das restrições impostas pelo modelo de Distanciamento Controlado do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, todos temem pelo fechamento de seus negócios e a demissão dos colaboradores.
A campanha 'O turismo não é o vilão' é uma iniciativa de empresários e comerciantes do trade turístico do Rio Grande do Sul que ocorre nesta terça-feira (23), com manifestações contra as medidas restritivas do Governo do Estado. O protesto será pacifico e ocorrerá, em Bento Gonçalves, com ações que não impliquem em aglomerações de pessoas, ou seja, por meio de atos simbólicos e compartilhamento de depoimentos e registros pelas redes sociais e órgãos de imprensa locais.
O ato faz parte de uma série de atividades programadas para ocorrer ao longo do dia, em diversos pontos do município, dentro da campanha 'O Turismo Não é o Vilão', agregando força ao movimento iniciado na Região das Hortênsias. A mobilização está ocorrendo de forma concomitante em diversas cidades gaúchas cuja economia está fortemente ligada ao segmento. Na Capital Brasileira do Vinho, os manifestantes anunciaram a aplicação de faixas e cartazes em locais de grande movimentação, sensibilizando a sociedade para o drama do setor. Nelas, é possível ler frases fortes como "Compreendemos o momento, mas estamos passando fome" e "Se traz o sustento da família, então é essencial". Outro material explica o argumento da campanha da seguinte forma: "Chamar o turismo de vilão é desconsiderar nossa história, nossas raízes. Ele que é o motor de uma engrenagem composta por cidades, empresas e pessoas, muitas pessoas. Nós que sempre recebemos de braços abertos, agora recebemos de máscara. Investimos forte em protocolos para que a segurança, que é uma das nossas marcas, nunca ficasse de lado. O turismo gera empregos, renda e impostos, que mantém nossa estrutura de saúde e salva vidas. O turismo não é o vilão".
Além disso, estabelecimentos da área exibirão panos pretos em suas fachadas, representando o luto decorrente da proibição do atendimento ao público. Profissionais compartilharão, por meio das redes sociais, comoventes depoimentos contando as consequências que o estendido período de paralisação/restrição impôs aos seus negócios.
O objetivo é pressionar o Governo do Estado a adotar medidas mais coerentes do que a simples proibição de funcionamento do setor. "O Turismo vem buscando diálogo com o Governo estadual há doze meses por meio do Comitê de Retomada do Turismo do Rio Grande do Sul, que reúne mais de 90 entidades do trade, sem sucesso. Não conseguimos uma única audiência com o Governador nesse período para negociar nossos pleitos, que por inúmeras vezes foram encaminhados, mas sem qualquer retorno. É urgente chamar a atenção do governo do Estado para o setor, afinal, ele abrange 109 mil empresas no Rio Grande do Sul que estão passando por seríssimas dificuldades. Para isso, os profissionais do turismo buscaram nas entidades apoio à causa e, então, surgiu a iniciativa desse movimento, cuja finalidade é viabilizar negociações com o Governador, explicar como é o funcionamento do setor e encontrar o equilíbrio para a retomada das atividades", diz Gabrielle Signor Rodrigues, presidente do Bento Convention Bureau de Bento Gonçalves e integrante da comissão de Eventos Externos da 17ª Fenavinho, promovida pelo Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves.