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A lição do catador

O escritor e palestrante Sérgio da Silva Almeida estreia sua coluna falando sobre o que é, ou não, serviço essencial. Boa leitura.

22/03/2021 às 11h00 Atualizada em 22/03/2021 às 11h22
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Sergio da Silva Almeida
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A lição do catador

Em várias cidades do Brasil ocorreram carreatas em defesa, entre outras pautas, da reabertura do comércio. “A morte de um CNPJ significa a morte de vários CPFs”, alertam os manifestantes.

Desde que foi instalada a pandemia, temos ouvido discussões sobre o que é ou não serviço “essencial”. E muitos, na hora de impor sua interpretação, não estão levando em conta que todo trabalho que leva sustento para a família deve ser considerado essencial. Para verificar se isso é verdade, basta observar a imagem que está rolando nas redes sociais de um vendedor de água de coco que afixou um cartaz em sua barraca com a frase: “VENDER COCO É ESSENCIAL PRA MIM”.

Prover as necessidades básicas da família sem trabalho, sem renda e sem reserva financeira é uma missão quase impossível. Um texto postado pelo amigo Paulo Ribeiro Silva, fisioterapeuta de Cachoeira do Sul, em sua página no Facebook mostra bem isso: “Um amigo me contou que está vivendo dias difíceis sem poder abrir as portas de sua barbearia. O aluguel do prédio está vencido, e ele tão cedo não terá condições de pôr em dia. O pouco de dinheiro que tem entrado é de trabalhos que tem feito a domicílio. Aos domingos, oferece corte de gramas. Já comunicou à esposa que vai colocar o carro à venda”.

As pessoas estão passando por momentos difíceis que não sabemos nada a respeito. Não é hora de ódio, de críticas, de pensar só em si, e sim de respeitar o que o outro está sentido. E se oferecer para ajudar. Outro dia, eu estava no caixa do supermercado e vi um catador de material reciclável na fila segurando dois produtos. Quando paguei as compras, a atendente me informou que faltava dinheiro. Como não levei cartão, devolvi um item, e ela me deu o troco dos demais. Com o troco, paguei os itens do catador. Ele pulou de alegria! E ao me ver saindo, avisou: “O senhor esqueceu um item”. Eu expliquei: “Faltou grana!”. Ele disse à atendente: “Deixa ele levar que eu pago!”. Claro que eu não aceitei e nos despedimos com um “soquinho”. O catador seguiu o seu caminho, puxando seu carrinho abarrotado de papelão e latinhas. E eu voltei para casa com a lição: em tempos de pandemia, mais do que nunca, precisamos nos colocar no lugar do outro.

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Luis RodriguesHá 3 anos FarroupilhaMuito boa matéria. Todos os negócios são essenciais.
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