
A morte do ciclista Carlos Leandro Trindade da Silva, de 51 anos, ocorrida nesta terça-feira, 30 de dezembro, após duas semanas de internação, trouxe comoção e indignação à comunidade de Porto Alegre e reacendeu o debate sobre a violência no trânsito e a responsabilização de motoristas. Carlos não resistiu aos ferimentos provocados por um atropelamento proposital ocorrido na madrugada de 14 de dezembro, no bairro Cidade Baixa, um dos mais movimentados da capital.
O caso ganhou ampla repercussão nas redes sociais após a divulgação de relatos e imagens que indicam que o ciclista teria sido atropelado de forma intencional, após um desentendimento com o motorista de uma caminhonete em um cruzamento da região. Segundo informações pessoas que estavam na rua onde ocorreu o acidente, Carlos se envolveu em uma discussão com o condutor do veículo durante a madrugada. Em meio ao conflito, o ciclista teria golpeado a caminhonete, momento em que o motorista avançou com o veículo, atingindo Carlos.
O ciclista bateu a cabeça de forma violenta no asfalto. Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital Independência, onde permaneceu internado por cerca de duas semanas. De acordo com a esposa da vítima, Amanda de Moraes, havia expectativa de alta hospitalar nos últimos dias, mas o quadro de saúde se agravou. A causa exata da morte ainda está sendo investigada, com a suspeita de trombose entre as hipóteses analisadas pelos médicos.
Para a família, o caso não pode ser tratado como um simples acidente. Amanda critica a classificação inicial da ocorrência como lesão corporal e defende que o episódio seja investigado como homicídio. “Isso é tentativa de homicídio. Ele foi atropelado de propósito”, afirmou. “A gente espera justiça. Não foi um acidente, foi um ato de violência”, completou.
A indignação aumentou após a confirmação de que o motorista estava com o licenciamento do veículo vencido e, mesmo após ser autuado, foi liberado pela polícia.
A Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação para esclarecer todas as circunstâncias do atropelamento e da morte do ciclista. A reavaliação da tipificação do crime não está descartada, conforme o avanço das apurações e a análise de laudos periciais.
Enquanto isso, o episódio mobiliza ciclistas, entidades ligadas à mobilidade urbana e usuários das redes sociais, que cobram mais rigor na punição de motoristas agressivos e maior proteção aos ciclistas, considerados um dos grupos mais vulneráveis no trânsito.