
Foi aberta mais uma frente de trabalho para a ressocialização de pessoas privadas de liberdade no sistema prisional gaúcho. Mediante termo de cooperação firmado entre a Polícia Penal e uma fabricante de produtos para limpeza, a Penitenciária Estadual de Porto Alegre (Pepoa) estabelece a sua primeira linha de produção de empresa privada com utilização de mão de obra prisional. O ato simbólico de início das atividades aconteceu na segunda-feira (8/12).
Com cinco apenados contratados, a nova linha de produção realiza montagem, etiquetagem e embalagem, diariamente, cerca de 2 mil peças de rodos e escovas. A criação das novas vagas e a entrada de mais uma empresa no sistema prisional representam motivo de orgulho, destaca o titular da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS) , Jorge Pozzobom. “Neste ano, quando criamos a Matriz Sortes , essa penitenciária não tinha trabalho prisional remunerado. Essa iniciativa é a primeira de muitas que ainda estão por vir para que os presos do sistema prisional gaúcho saiam qualificados e tenham, de fato, oportunidades de ressocialização”, afirma.
Atualmente, 15.600 pessoas privadas de liberdade participam de atividades laborais, em todos os regimes penais. Destas, 2.734 atuam de forma remunerada. “Hoje estamos construindo uma nova história na Pepoa, na qual conseguimos proporcionar um tratamento de pena digno e abarcar todas as dimensões da Matriz Sortes, também com trabalho e educação”, comenta a diretora do Departamento de Tratamento Penal (DTP), Rita Leonardi.

Quebra de paradigma das empresas
Outro importante ponto ressaltado por Rita é a quebra de paradigma na visão das empresas, que passaram a procurar a Polícia Penal com interesse em informações sobre funcionamento, procedimentos e contratação de mão de obra prisional. Este é o caso da fabricante Mileva.
As sócias-proprietárias da empresa, Marcela Vogel e Gabriela Andrioli, ao tomarem conhecimento das experiências em andamento, buscaram a instituição. O trabalho teve início em 18 de novembro e, após o período de treinamento, já apresenta níveis de produtividade adequados e em crescimento. Por parte da Mileva, há interesse em ampliar a cooperação, e as sócias também se colocam como divulgadoras desta alternativa para o setor industrial, por acreditarem no potencial da mão de obra prisional.
“Por mais simples que possa parecer, esse é um divisor de águas. Com sete anos de atividades, a Pepoa está começando a construir estas oportunidades, com os cinco apenados, e iniciamos muito bem. Obrigado por acreditarem na nossa capacidade”, celebrou o diretor da unidade, Rafael Ferreira.
Texto: Paulo André Dutra/Ascom Polícia Penal
Edição: Secom