
Na madrugada de sexta-feira (28), um forte temporal de granizo atingiu Caxias do Sul, resultando em perdas estimadas em R$ 6,5 milhões e afetando aproximadamente 100 propriedades rurais. As lavouras de uva e ameixa foram as mais impactadas, com muitos produtores relatando danos significativos em parreirais e pomares, alguns deles prestes a serem colhidos. A situação evidencia a urgência na implementação de um sistema antigranizo, que permanece em discussão há mais de um ano e meio.
A visita às áreas afetadas, realizada por equipes técnicas da Secretaria Municipal da Agricultura, ressaltou a preocupação dos agricultores com a ausência de soluções eficazes para mitigar os danos causados por fenômenos climáticos extremos. Apesar das reuniões realizadas, como a que ocorreu em 12 de novembro na Casa Civil em Porto Alegre, não houve definição de datas para a implementação do sistema, que poderia beneficiar 17 municípios da região.
O projeto do sistema antigranizo, estimado em R$ 15 milhões, deve ser financiado pelo Fundovitis, fundo destinado ao desenvolvimento da vitivinicultura. No entanto, o debate sobre a manutenção do sistema e a responsabilidade financeira entre os municípios ainda gera controvérsias. A falta de consenso pode dificultar a adesão de todos os interessados, comprometendo a eficácia da iniciativa.
Os produtores da Serra Gaúcha, que enfrentam perdas recorrentes devido a eventos climáticos, clamam por uma solução que garanta a proteção de suas lavouras. A situação atual não apenas afeta a economia local, mas também coloca em risco a sustentabilidade das atividades agrícolas na região, que dependem fortemente da viticultura.
Com a aproximação da temporada de colheita, a pressão sobre as autoridades para a rápida implementação do sistema antigranizo se intensifica. A expectativa é que novas reuniões possam trazer avanços concretos, mas até o momento, a inação persiste, deixando os agricultores em uma situação de vulnerabilidade crescente.