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Policial relata assédio por delegado e gera repercussão na corporação

Inspetora denuncia comportamento inadequado e busca justiça após indiciamento.

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Reprodução/Especial
25/11/2025 às 22h47 Atualizada em 25/11/2025 às 23h13
Policial relata assédio por delegado e gera repercussão na corporação
Delegado Antônio Carlos Ractz Júnior nega ter assediado a policial - Foto: Reprodução/Especial

Uma policial civil do Rio Grande do Sul denunciou ter sido vítima de assédio sexual por parte do delegado Antônio Carlos Ractz Júnior, fato que gerou grande repercussão na corporação e na sociedade. A inspetora, que preferiu não se identificar, relatou os episódios que a levaram a registrar uma ocorrência policial, culminando no indiciamento de seu superior. O caso, que ficou sob segredo de justiça até novembro de 2025, levanta sérias questões sobre a segurança e o ambiente de trabalho dentro da Polícia Civil.

De acordo com o relato da policial, o assédio começou logo no seu segundo dia de trabalho, em fevereiro de 2024, quando o delegado a convidou para uma reunião em sua residência, em Imbé. A inspetora se mostrou desconfortável com a situação e recusou o convite, afirmando que não achava apropriado se encontrar na casa do superior. "Ele não gostou daquela minha resposta", afirmou a policial, evidenciando a pressão que sofreu desde o início de sua carreira na corporação.

Um segundo episódio ocorreu em julho de 2024, quando, durante uma visita à Delegacia de Polícia de Cidreira, o delegado a chamou em seu gabinete e tentou puxá-la para um beijo. "Como assim, delegado?", questionou a inspetora, que se sentiu ameaçada e decidiu procurar a Corregedoria para registrar a ocorrência. Após o incidente, ela foi transferida para a Região Metropolitana a pedido, buscando evitar mais interações com o delegado.

O chefe de polícia, Heraldo Chaves Guerreiro, afirmou que a corporação agiu com celeridade e encaminhou o caso ao Judiciário. No entanto, não houve sanção administrativa interna, o que gerou críticas de representantes da UGEIRM — Sindicato dos Policiais Civis. A diretora do sindicato, Neiva Carla Leite, questionou a proposta inicial de transação penal oferecida pelo Ministério Público, que sugeriu um valor de apenas um salário mínimo para resolver o caso. "A dignidade de uma mulher vale R$ 1,5 mil?", indagou Leite, ressaltando a fragilidade das medidas contra o assédio na corporação.

Após o indiciamento, a proposta de transação penal foi reajustada para R$ 5 mil, mas o Ministério Público não comentou sobre os valores, afirmando que a oferta é uma obrigação legal em casos que atendem aos requisitos. A inspetora, por sua vez, revelou estar em tratamento psicológico e fazendo uso de medicamentos, expressando sua frustração e insegurança diante da situação. "Hoje eu consigo falar um pouco sem chorar sobre isso, em função de medicamentos e tudo mais. Mas é difícil", concluiu.

 

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