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Profissionais 50+ encontram caminhos para recolocação

Profissionais com mais de cinquenta anos enfrentam desafios para se recolocar no mercado, mas, com atualização, networking e autoconhecimento, pode...

Redação
Por: Redação Fonte: Agência Dino
24/11/2025 às 09h40
Profissionais 50+ encontram caminhos para recolocação
setenta e quatro imagens

O mercado de trabalho brasileiro está passando por transformações importantes e, uma delas, é o crescimento da presença de profissionais com mais experiência. Em 2022, mais de 13 milhões de brasileiros e brasileiras com mais de cinquenta anos estavam empregados, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Esse número cresce a cada ano, refletindo uma mudança no perfil da força de trabalho.

Entre 2006 e 2021, o total de trabalhadores 50+ mais que dobrou, passando de 4,4 milhões para 9,3 milhões, segundo o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Mesmo com esse avanço, encontrar uma nova oportunidade ainda é um desafio para muitas pessoas — especialmente por conta do preconceito etário e das mudanças nas exigências das empresas.

Para Milve Inouye, gerente de People & Culture no ManpowerGroup Brasil, o ponto de partida é reconhecer o valor da experiência: "Quem tem mais de cinquenta anos carrega uma bagagem profissional muito rica, que pode ser um diferencial. O segredo está em comunicar com clareza: o que foi aprendido, como se adaptou e de que forma pode gerar resultados concretos".

Um levantamento da TV Brasil demonstra que o número de vagas formais para pessoas com mais de cinquenta anos cresceu 8,8% entre 2023 e 2024. A Fundação Getulio Vargas (FGV) aponta que a presença de profissionais com sessenta anos ou mais no mercado formal aumentou 69% nos últimos doze anos. Já uma pesquisa da Maturi e da EY reforça: nove em cada dez profissionais 50+ estão em busca de recolocação ou mudança de carreira.

Para Milve, também é essencial a combinação entre experiência e atualização: "Não basta ter experiência. É importante mostrar que ela está viva, que o profissional continua aprendendo, acompanhando as tendências e aberto a novos desafios". Pensando nisso, ela compartilha orientações práticas para quem está em busca de uma nova colocação:

Atualizar o currículo e destacar o que faz diferença

"O currículo deve refletir o presente, não o passado. Vale a pena revisar as informações e destacar as experiências e os resultados mais recentes, principalmente aqueles ligados a competências valorizadas hoje, como comunicação, liderança, uso de tecnologia e adaptação. Experiências muito antigas podem ser resumidas ou retiradas, para manter o foco no que realmente importa".

Investir em aprendizado contínuo

"Nunca é tarde para aprender. Hoje, há muitos cursos online, gratuitos ou de baixo custo, em temas como tecnologia, gestão de projetos e ferramentas digitais. Fazer um curso ou participar de um workshop são formas de mostrar que o profissional está ativo e preparado para as novas demandas".

Reativar e ampliar a rede de contatos

"O networking é uma das formas mais eficazes de encontrar novas oportunidades. Falar com antigos colegas, participar de eventos, estar presente em grupos da área e manter o perfil do LinkedIn atualizado são passos simples que podem gerar resultados".

Estar aberto a novas formas de trabalho

"Nem sempre a recolocação vem por um emprego tradicional. Consultorias, projetos temporários e trabalhos por contrato podem ser boas portas de entrada. Essas experiências ajudam a mostrar que o profissional tem flexibilidade e está disposto a aprender continuamente".

Preparar-se para as entrevistas

"Durante uma entrevista, o ideal é que o candidato demonstre segurança e clareza, evitando justificativas relacionadas à idade. Em vez disso, deve destacar exemplos concretos de resultados, adaptações e aprendizados ao longo da carreira. Também é importante evidenciar interesse pelo futuro da empresa e disposição para contribuir com energia e experiência".

Valorizar a trajetória e a marca pessoal

"Depois dos cinquenta, o profissional já sabe o que faz bem e o que quer. Esse autoconhecimento é uma vantagem. Usar essa experiência para construir uma marca pessoal coerente, que conte a trajetória, aprendizados e propósitos, ajuda a gerar conexão e confiança durante o processo seletivo".

Buscar apoio quando for preciso

"Existem consultorias, programas e plataformas especializadas em apoiar a recolocação de profissionais maduros. Procurar esse tipo de ajuda pode fazer diferença, especialmente na hora de entender as novas exigências do mercado ou se preparar melhor para as etapas do processo seletivo".

A especialista reforça que o mercado vem mudando e que as empresas estão começando a reconhecer o valor da diversidade etária: "Muitas organizações estão percebendo que equipes compostas por diferentes gerações são mais completas. A convivência entre profissionais mais jovens e mais experientes gera troca, aprendizado e equilíbrio. Esse movimento tende a crescer nos próximos anos".

Para Milve, a recolocação pode ser vista como uma continuação da trajetória profissional: "Buscar um novo emprego depois dos cinquenta é uma oportunidade de redescoberta. O mais importante é não desistir e entender que o mercado ainda precisa de profissionais maduros, comprometidos e abertos a aprender", conclui.

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