
As mensalidades das escolas particulares do Rio Grande do Sul terão um reajuste médio de 9,15% em 2026, segundo levantamento do Sindicato do Ensino Privado do RS (Sinepe). O aumento, que ultrapassa a inflação oficial acumulada de 5,17% (IPCA dos últimos 12 meses), reflete o crescimento dos custos de operação das instituições de ensino e deve impactar diretamente o orçamento de milhares de famílias gaúchas no período de rematrículas.
De acordo com o presidente do Sinepe, Oswaldo Dalpiaz, o valor da anuidade escolar é definido com base em planilhas de custos que levam em conta folha de pagamento, manutenção da infraestrutura física, custos operacionais, investimentos em tecnologia e inovação e reserva financeira para o funcionamento da escola. “As escolas do ensino privado, de modo geral, têm a preocupação de deixar o ambiente físico acolhedor e seguro. Mas manter uma sala de aula bem equipada, um prédio limpo e áreas externas conservadas envolve custos elevados”, explica Dalpiaz.
A pesquisa do sindicato, realizada entre 24 de setembro e 7 de outubro, contou com a participação de 174 instituições de ensino de todas as regiões do Estado, representando 57% dos associados do Sinepe. Ainda segundo o levantamento, 64,9% das escolas projetam crescimento de 3% no número de matrículas em 2026, o que indica que o setor segue aquecido, mesmo diante do reajuste acima da inflação.
Entre os fatores que mais impactam as despesas das escolas, o estudo aponta os gastos com pessoal, infraestrutura física, tecnologia e contas públicas, como água, luz e energia. Outro ponto em destaque é o aumento do investimento em educação inclusiva. “A contratação de monitores e profissionais especializados no atendimento de alunos com necessidades especiais já é o terceiro maior custo das instituições”, complementa o presidente do Sinepe.
O reajuste nas mensalidades exige atenção e planejamento financeiro das famílias. Especialistas recomendam avaliar o contrato escolar, negociar descontos e analisar o custo-benefício antes de assinar a rematrícula.
Confira algumas dicas para enfrentar o aumento:
Negocie diretamente com a escola:
Muitas instituições oferecem condições diferenciadas para pagamento antecipado ou para famílias com mais de um filho matriculado. Peça reunião com a direção e apresente sua situação financeira.
Compare valores e propostas:
Caso o reajuste seja muito superior à média de 9,15%, procure entender os motivos. É direito dos pais solicitar à escola acesso à planilha de custos que justifica o aumento.
Planeje o orçamento com antecedência:
Reserve mensalmente uma quantia específica para cobrir a anuidade escolar e eventuais despesas extras, como material, transporte e atividades complementares.
Avalie bolsas e programas de fidelização:
Algumas escolas particulares mantêm programas de bolsa parcial ou descontos progressivos para famílias antigas.
Reveja prioridades financeiras:
Se o aumento comprometer o orçamento familiar, pode ser o momento de rever gastos e buscar alternativas que garantam a continuidade da educação sem desequilíbrio financeiro.
Apesar do impacto, o setor projeta crescimento moderado e sustentável para o próximo ano. O presidente do Sinepe reforça que os reajustes são necessários para garantir a qualidade do ensino e a valorização dos profissionais da educação, que representam o maior custo das instituições.
“As escolas estão investindo em tecnologia, formação de professores e inclusão. Esses avanços têm custos, mas também elevam a qualidade do ensino oferecido às famílias gaúchas”, afirma Dalpiaz.