Um grave escândalo na área da saúde em Porto Alegre abalou o Hospital Ernesto Dornelles, com a denúncia de dois técnicos de enfermagem acusados de crimes sexuais contra uma paciente. O Ministério Público (MP) denunciou Matheus Mendonça de Carvalho, de 31 anos, e Cleber Romero Serdan, de 55, por estupro e estupro de vulnerável, em um caso ocorrido em julho, que segue sob segredo de Justiça.
De acordo com as investigações, Matheus Mendonça de Carvalho é suspeito de ter abusado da vítima, uma mulher de 40 anos, sob o pretexto de realizar um exame íntimo inexistente. Cleber Romero Serdan, por sua vez, teria acobertado a ação, emprestando o equipamento utilizado no falso procedimento. Ambos foram demitidos do hospital imediatamente após a denúncia e presos preventivamente na última segunda-feira (13).
A delegada Thaís Dias de Quebech, responsável pela 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), explicou que a paciente inicialmente relatou o abuso a um dos agressores, que tentou silenciar o caso. Desconfiada, a vítima procurou outros profissionais do hospital, o que levou à abertura de uma investigação interna, incluindo a análise de câmeras de segurança que permitiram identificar os suspeitos.
Em nota oficial, o Hospital Ernesto Dornelles informou ter prestado acolhimento à paciente e à família, além de colaborar integralmente com as autoridades policiais e afastar imediatamente os envolvidos. A instituição reforçou seu compromisso com a segurança do paciente, a ética profissional e a tolerância zero com qualquer tipo de violência sexual dentro do ambiente hospitalar.
O Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS) também se manifestou, informando que acompanha o caso sob sigilo e que um processo ético-disciplinar pode resultar em sanções que variam de advertência até a cassação do registro profissional.
A defesa de Cleber Romero Serdan, representada pela advogada Bianca Prestes, nega o envolvimento do técnico, alegando que ele apenas emprestou um estetoscópio ao colega e foi “envolvido em uma situação da qual não participou”. Já Matheus Mendonça de Carvalho foi assistido pela Defensoria Pública durante a audiência de custódia, e o órgão informou que continuará atuando somente nos autos do processo, caso seja necessário.
O caso gerou repercussão estadual e reacendeu o debate sobre a proteção de pacientes em ambiente hospitalar, reforçando a necessidade de protocolos mais rígidos e fiscalização constante para garantir a segurança e a dignidade das mulheres durante o atendimento médico.