13°C 28°C
Bento Gonçalves, RS
A prisão de uma professora acusada de agredir uma criança de quatro anos dentro de sala de aula, em Caxias do Sul, gerou indignação e ampla repercussão em todo o país. Leonice Batista dos Santos, de 49 anos, foi detida preventivamente na manhã desta sexta-feira (22), por volta das 10h30, em Palmeira das Missões, no Noroeste do Estado.
A ação foi conduzida por agentes da Polícia Civil local e da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Caxias do Sul. Segundo a polícia, a professora havia se deslocado para a cidade na última quarta-feira (20).
A agressão ocorreu na manhã da segunda-feira (18), na Escola Infantil Xodó da Vovó, em Caxias do Sul. As imagens de uma câmera de segurança da sala de aula mostram Leonice organizando materiais em um armário, enquanto as crianças permaneciam sentadas em círculo. Em seguida, ela se aproxima de um menino e o atinge na cabeça com uma pilha de livros.
No vídeo, é possível ouvir os xingamentos da professora, o barulho do impacto e o choro da criança. O menino perdeu um dente, teve outros cinco comprometidos e precisará usar aparelho ortodôntico.
Para a direção da escola, Leonice inicialmente relatou que o menino teria caído no banheiro, mas a versão foi desmentida logo após o acesso às gravações.
A delegada Thalita Giacomiti Andriche, responsável pelo inquérito, afirmou que o caso está sendo tratado como maus-tratos qualificado pela lesão grave, mas não descarta a possibilidade de enquadramento por tortura. “Estamos diante de um episódio gravíssimo. A criança foi vítima de agressão dentro de um ambiente em que deveria estar protegida. O inquérito deve ser concluído em até dez dias”, destacou a delegada.
De acordo com a Polícia Civil, mais dois boletins de ocorrência foram registrados contra a mesma professora na DPCA de Caxias do Sul, e os fatos também estão sob apuração.
O caso provocou forte reação pública, sobretudo após a divulgação das imagens nas redes sociais. Moradores de Caxias do Sul e familiares de alunos demonstraram indignação, cobrando medidas mais rígidas de fiscalização e proteção nas escolas infantis.
A professora foi interrogada nesta sexta, mas, acompanhada de advogados, optou por permanecer em silêncio. Leonice deverá seguir detida em Palmeira das Missões, onde ficará à disposição da Justiça.
