A terceira vítima do ataque ocorrido na Ilha Grande dos Marinheiros, em Porto Alegre, teve morte encefálica confirmada nesta terça-feira (12). Djonatan Patrick da Silva Oliveira, 20 anos, foi baleado ao tentar impedir o feminicídio de Sheila Lopes da Silva, 41 anos, cometido pelo ex-companheiro dela no último domingo (10), Dia dos Pais. A família do jovem autorizou a doação de órgãos, que será realizada pelo Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, onde ele estava internado desde o dia do crime.
O caso ocorreu quando Sheila foi à casa do pai, Rogério Santos da Silva, na Ilha Grande dos Marinheiros. O ex-marido, que morava ao lado, abordou a vítima, sacou uma arma de fogo e disparou duas vezes contra sua cabeça. Rogério tentou defender a filha com um facão, mas também foi morto. Djonatan, que não conhecia Sheila, apenas seu pai, foi atingido ao tentar conter o agressor e sofreu uma lesão cerebral irreversível.
Após os crimes, o atirador, que possuía registro como vigilante, tentou se matar, mas foi socorrido e permanece sob custódia policial. Com ele, a polícia apreendeu três armas de fogo. O caso foi registrado como feminicídio e homicídio qualificado. Como as vítimas não tinham medida protetiva, o episódio reacendeu o debate sobre a violência de gênero e a urgência de políticas públicas para proteger mulheres em situação de risco.
Entidades e familiares lamentam a tragédia, que vitimou pai e filha e agora também o jovem Djonatan. O velório e sepultamento do rapaz serão definidos após o processo de captação dos órgãos, em um gesto que deve beneficiar vários pacientes à espera de transplante.
Essa ocorrência reforça a gravidade da violência contra a mulher e o impacto que esses crimes têm não apenas sobre as vítimas diretas, mas também sobre aqueles que tentam intervir. A cidade de Porto Alegre e a comunidade da Ilha Grande dos Marinheiros permanecem comovidas com o episódio, que marca mais um capítulo trágico na luta por segurança e justiça.