A Polícia Civil de Bento Gonçalves elucidou o caso do atropelamento com morte da idosa Terezinha Castagnetti, de 72 anos, ocorrido no último dia 19 de julho, no bairro Juventude da Enologia. Segundo o delegado Álvaro Becker, que responde interinamente pela 1ª Delegacia de Polícia do município, o motorista responsável pelo atropelamento compareceu espontaneamente à delegacia na manhã desta quinta-feira, 31 de julho.
De acordo com o delegado, a identidade do condutor está sendo preservada, mas ele será indiciado por homicídio com dolo eventual — quando o agente assume o risco de produzir o resultado — agravado pela omissão de socorro, conforme prevê o Artigo 121, §2º, inciso IV do Código Penal, combinado com o Artigo 304 do Código de Trânsito Brasileiro.
Apesar da gravidade do crime, não será solicitada a prisão preventiva do autor. Na delegacia ele infomrou que irá se manifestar somente em juízo sobre o caso. “Considerando que ele se apresentou de forma espontânea, e não oferece risco à ordem pública ou à aplicação da lei penal neste momento, optamos por não pedir sua prisão”, informou Becker.
O Departamento de Investigação do NB Notícias (DI) apurou com exclusividade que o carro envolvido no atropelamento não era um GM Astra, como inicialmente divulgado, mas sim um Volkswagen Gol de cor escura. O erro de identificação teria ocorrido devido à baixa visibilidade no local e à rapidez do fato, já que o condutor fugiu sem prestar socorro à vítima. Após a apresentação, o motorista foi liberado e responderá pelo crime em liberdade. Já o veículo foi apreendido e será encaminhado para a perícia.
O acidente aconteceu por volta das 18h do dia 27 de julho, quando Terezinha Castagnetti caminhava pela Rua Livramento, nas proximidades do Viaduto da Embrapa, e foi atingida violentamente por um veículo em alta velocidade, que seguiu em direção desconhecida sem parar para prestar socorro. Ela chegou a ser socorrida com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.
O caso gerou grande comoção na comunidade, especialmente pelo histórico de Terezinha, moradora antiga da região e muito conhecida entre os vizinhos.
O inquérito policial será concluído nos próximos dias e remetido ao Ministério Público, que deverá oferecer denúncia pelo crime de homicídio com dolo eventual. O motorista pode pegar pena de 6 a 20 anos de reclusão, agravada pela omissão de socorro, além de sanções administrativas junto ao Detran.
A polícia segue analisando elementos como testemunhos, imagens de câmeras de segurança e laudos periciais. Segundo o delegado Becker, o objetivo é garantir que a responsabilização ocorra de forma justa e fundamentada.