Após 166 dias de internação, a pequena Helena Maciel Furlan, natural de Tapejara, finalmente deixou o Hospital Tacchini, em Bento Gonçalves, na tarde desta segunda-feira, 28 de julho, sob aplausos da equipe que acompanhou sua recuperação. Nascida de forma prematura extrema, com apenas 26 semanas e 5 dias de gestação e 830 gramas, a bebê enfrentou uma longa e delicada batalha pela vida — e venceu.
A trajetória de Helena começou de forma dramática. No dia 11 de fevereiro, ela veio ao mundo acompanhada da irmã gêmea, Heloísa, que infelizmente não resistiu nas primeiras horas após o parto. “Foi tudo muito rápido e desesperador. Na nossa cidade não havia UTI Neonatal. Tentamos em municípios próximos, mas não conseguimos vaga. Perdemos a Heloísa no mesmo dia e, graças à ajuda de amigos e ao encaminhamento que recebemos, conseguimos vir para Bento Gonçalves com a Helena”, relatou o pai, Dariel Furlan.
Durante os mais de cinco meses de internação, Helena enfrentou intercorrências graves, crises respiratórias e diversas complicações típicas de prematuros extremos. A mãe, Renata Maciel, descreve o período como um verdadeiro teste de resistência. “Ela é uma guerreira. Passou por momentos muito difíceis, mas superou todos eles”, afirmou emocionada.
Com o apoio de uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e técnicos de enfermagem, Helena recebeu cuidados intensivos e especializados. Para estar ao lado da filha, os pais se mudaram temporariamente para Bento Gonçalves, acompanhando de perto cada avanço.
A alta hospitalar foi marcada por um momento simbólico e comovente: profissionais da UTI Neonatal formaram um corredor e aplaudiram Helena enquanto ela deixava a unidade nos braços dos pais. “Só temos a agradecer a Deus e a toda a equipe do hospital. Desde o primeiro dia fomos muito bem acolhidos. Em situações tão delicadas, uma palavra de apoio faz toda a diferença, e aqui sempre tivemos esse cuidado”, disse Dariel.
Para a equipe assistencial, o desfecho positivo representa mais do que um resultado clínico. “Ver a Helena ir para casa, saudável e no colo dos pais, é a maior recompensa que poderíamos ter. Cada vitória dela foi celebrada por toda a equipe. Trabalhamos para salvar vidas, mas momentos como este reforçam por que escolhemos estar aqui todos os dias”, afirmou a enfermeira Martina Bergmann, coordenadora de enfermagem do processo materno-infantil do Hospital Tacchini.
Agora com 166 dias de vida, Helena retorna para casa em Tapejara, mais forte e cercada de amor. Ela leva consigo não apenas as cicatrizes da luta precoce pela vida, mas também o carinho de todos que a acompanharam nessa jornada de superação.
A história da pequena guerreira comoveu não apenas os profissionais de saúde, mas também serve de inspiração para outras famílias que enfrentam os desafios da prematuridade — mostrando que, com dedicação, ciência, fé e amor, a vida pode florescer mesmo em seus começos mais frágeis.