Um estudo encomendado pela TOTVS, empresa brasileira de tecnologia, realizado em parceria com a h2r insights & trends, revela que 50% das empresas brasileiras não estão usando inteligência artificial (IA) de maneira estruturada atualmente, destacando uma oportunidade significativa de crescimento e transformação. Embora a adoção da IA ainda esteja em seus estágios iniciais para muitos, o Panorama IA nas empresas brasileiras mostra as companhias reconhecendo o potencial da IA para otimizar tarefas, reduzir erros e melhorar a tomada de decisões.
Dentre as empresas que já utilizam IA nos negócios, a maioria (58%) ainda está em estágios iniciais de implementação. Enquanto isso, 34% afirma estar em um nível intermediário, com iniciativas em andamento, mas ainda não totalmente maduras; e apenas uma pequena fração (8%) considera sua adoção de IA corporativa avançada.
O estudo, realizado por meio de entrevistas com 194 empresas de diversos setores, descobriu que o principal uso da IA é para a geração de conteúdo (33%), incluindo texto, resumos, e-mails e apresentações, ou para criação de elementos visuais (29%). O uso da IA como ferramenta de cibersegurança, provendo detecção de comportamentos suspeitos e funções similares, é o terceiro principal uso (21%), enquanto os famosos chatbots para atendimento aparecem na sequência (20%). “Essas respostas focadas na criação de conteúdos, imagens, etc., mostra como muitas empresas estão relacionando o uso de IA nos negócios estritamente à IA Generativa. Mas vale lembrar que este não é o único tipo de inteligência artificial. Pelo contrário, a IA é aplicada nas empresas há anos nos modelos preditivos e de machine learning. E é justamente por estar tão intrínseca a processos rotineiros, que ela pode por vezes passar desapercebida”, comenta Cristiano Nobrega, CDAIO da TOTVS.
Olhando para os tipos de soluções de inteligência artificial usadas, ferramentas de IA conversacional como ChatGPT, Gemini e Claude são dominantes, com 40% das empresas relatando seu uso. Isso destaca a acessibilidade e a facilidade de uso dessas aplicações, tornando-as um ponto de entrada popular para empresas que exploram a inteligência artificial. Em seguida, ganham espaço plataformas com IA integrada (33%), posicionando esta tecnologia como uma funcionalidade adicional que se torna parte integral da experiência do usuário, mesmo que ele não perceba que é uma inteligência artificial.
“Ainda neste sentido de extrair valor da inteligência artificial com foco na produtividade, o mercado entra agora em um novo momento com os Agentes de IA, que são sistemas especialistas, autônomos ou semiautônomos, que usam modelos de IA para responder a comandos ou mesmo tomar decisões, executar tarefas e se adaptar ao contexto do negócio de forma inteligente. Os Agentes de IA proporcionarão um aumento das capacidades humanas sem precedentes, representando um verdadeiro salto tecnológico na forma como as empresas poderão ser produtivas em nossas atividades profissionais e até pessoais”, complementa Nobrega.
Percepção de valor com IA
A pesquisa apontou que apenas 20% das empresas que usam IA veem seu uso como altamente estratégico em suas empresas, enquanto 42% posicionam a tecnologia como pouco alinhada aos objetivos estratégicos do negócio. “Esse resultado mostra que, mesmo que a empresa já adote IA em certa medida, o poder estratégico desta tecnologia - que é imenso - ainda é muito pouco percebido pelas empresas brasileiras”, afirma o executivo.
Outro dado descoberto pelo estudo é que apenas 7% das empresas brasileiras constatam ROI (return of investiment) a partir da implementação e uso da IA. “O restante das empresas (93%) não usa nenhuma métrica clara para medir os resultados do uso de inteligência artificial no negócio Se as organizações não calculam o retorno e o impacto da IA na eficiência das suas operações, inúmeras oportunidades de negócio são perdidas.”
Barreiras à adoção
O Panorama IA 2025 também identifica as principais barreiras à adoção da IA. No ranking, os principais fatores citados foram preocupações com segurança (36%), falta de profissionais qualificados (35%) e a própria dificuldade em medir o retorno sobre o investimento – ROI (32%). Esses desafios, combinados com preocupações com a resistência dos funcionários à mudança (24%), dificuldade de integração com sistemas existentes (23%) e falta de apoio da liderança (23%), dificultam que as empresas adotarem IA em busca de competitividade nesse ambiente de negócio em transformação.
“Os Agentes de IA são a resposta para aplicações de IA escaláveis, seguras e integradas a sistemas legados, proporcionando impacto mensurável e gigantesco na produtividade. Mas antes de implementar soluções de inteligência artificial, é essencial que as empresas avaliem se estão realmente prontas para isso. Ter sistemas de gestão atualizados é o primeiro passo, mas a infraestrutura também faz diferença, as plataformas e tecnologias das empresas precisam rodar em nuvem. Por último, mas não menos importante: é fundamental investir na organização e qualidade dos dados, já que a IA depende diretamente dessas informações para gerar valor”, finaliza o CDAIO da TOTVS.
Perfil dos entrevistados
Para a elaboração do Panorama IA 2025, foram entrevistadas 194 empresas. Entre elas, empresas de variados portes, com receita operacional bruta (ROB) de R$ 360 mil até a acima de R$ 300 milhões por ano. Entre os entrevistados, 78% trabalham na área de tecnologia, principalmente como gerentes de TI.
O estudo foi lançado em primeira mão durante o Universo TOTVS, evento de tecnologia e negócios.
Para conferir o estudo na íntegra, basta acessar: https://conteudo.totvs.com/estudo-inteligencia-artificial