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Doar sangue exige cuidados e critérios específicos

Apenas 1,6% dos brasileiros são doadores. Médico explica quem pode doar e quais os cuidados necessários

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Dino
26/06/2025 às 15h55
Doar sangue exige cuidados e critérios específicos
Banco de Imagens Envato

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2024, apenas 1,6% da população fez doação de sangue no Brasil, o que pode deixar bancos de sangue em situação crítica, especialmente durante o inverno, período de maior demanda por transfusões. Segundo a OMS, o ideal é que entre 1% a 3% da população de um país seja doadora regular para garantir o abastecimento seguro dos bancos de sangue, no entanto, com a chegada do inverno, o aumento de doenças respiratórias, o calendário de feriados e as férias escolares, os hemocentros de diversas regiões do país operam com níveis abaixo do ideal. 

Em São Paulo, por exemplo, tipos sanguíneos como O negativo estão em situação de emergência, segundo a Fundação Pró-Sangue. Assim, apesar do país estar dentro dos parâmetros recomendados de doação, anualmente, o Brasil realiza campanhas para aumentar o número de doadores de sangue e saber melhor quem pode doar e quais são os impedimentos temporários e definitivos é fundamental. 

Uma doação, quatro vidas salvas

“Cada doação tem o potencial de salvar vidas. A ausência de sangue disponível pode interromper tratamentos e colocar vidas em risco. Por isso, doar sangue é um ato de solidariedade que faz diferença imediata na vida de muitas pessoas”, afirma Alexandre Pimenta, médico e responsável técnico nacional do AmorSaúde.

Cada pessoa adulta tem em média cinco litros de sangue no organismo. Em cada doação, são retirados até 450 ml, que podem salvar até quatro vidas. O sangue doado é fracionado em componentes: hemácias (glóbulos vermelhos), plaquetas e plasma, cada um atendendo necessidades específicas de diferentes pacientes. 

“O sangue doado é essencial para cirurgias, tratamentos de câncer, atendimentos a vítimas de acidentes e doenças crônicas. Além de promover o bem-estar da comunidade, a doação de sangue também ajuda a manter os bancos de sangue abastecidos, garantindo que haja sempre um suprimento disponível em momentos de necessidade”, completa Pimenta.

Critérios para ser doador

Para ser doador no Brasil, é preciso ter entre 16 e 69 anos (com autorização dos responsáveis para menores de 18 anos), pesar mais de 50 kg e estar em boas condições de saúde. É importante evitar refeições muito pesadas nas três horas anteriores à doação e informar sobre o uso de medicamentos durante a triagem.

Quem não pode doar sangue

Entre os impedimentos temporários mais comuns estão gripes ou resfriados recentes (é necessário aguardar sete dias após o desaparecimento dos sintomas), realização de tatuagens ou piercings nos últimos 12 meses, uso de antibióticos e viagens a regiões com risco de doenças endêmicas, que podem exigir períodos variados de espera. Já os impedimentos definitivos incluem o diagnóstico de infecções como HIV, hepatites B e C, além de algumas doenças crônicas, como diabetes descontrolada ou hipertensão grave.

De quanto em quanto tempo doar?

A frequência permitida para a doação varia de acordo com o gênero: homens podem doar até quatro vezes por ano, com intervalo mínimo de três meses entre as doações; mulheres podem doar até três vezes ao ano, com intervalo mínimo de quatro meses entre as doações. 

Mitos que afastam doadores de sangue

A campanha também busca esclarecer mitos comuns que afastam potenciais doadores. “É importante dizer que ter colesterol alto não impede a doação. Muitos acreditam que doar engorda ou que o processo é doloroso, o que não é verdade. O procedimento é seguro, rápido e assistido por profissionais capacitados”, esclarece Pimenta. 

Pessoas que tiveram Covid-19 também podem doar sangue, desde que estejam completamente recuperadas. O tempo de espera recomendado é de 30 dias após o fim dos sintomas.

Outros mitos comuns incluem a crença de que doar sangue causa fraqueza permanente ou que pessoas tatuadas nunca podem doar - quando na verdade basta aguardar um ano após o procedimento. “Também é importante dizer que doar sangue não causa anemia. Os estoques de ferro e a produção de células sanguíneas são rapidamente restaurados pelo organismo após a doação”, complementa o médico. 

Onde e como doar

Para facilitar o acesso da população aos locais de coleta, o AmorSaúde, a maior rede de clínicas médico-odontológicas do país, com mais de 485 unidades no país, criou a página https://amorsaude.com.br/doesangue/, que reúne informações sobre doação e a lista de hemocentros e unidades de coleta em todo o Brasil. Os interessados podem localizar o ponto de doação mais próximo e verificar horários de funcionamento.

O processo de doação é simples e dura cerca de 30 minutos, incluindo cadastro, triagem clínica, coleta e lanche pós-doação. “Antes da doação, é importante estar bem alimentado, evitar álcool e descansar adequadamente. Após a doação, recomenda-se repousar por alguns minutos, hidratar-se e evitar atividades físicas intensas por 24 horas”, ressalta o médico.

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