A mão de obra prisional voltou a ser essencial no apoio a comunidades atingidas por desastres climáticos no Rio Grande do Sul. Na quarta (18) e quinta-feira (19), apenas do Instituto Penal de Montenegro prestaram auxílio a 90 famílias afetadas pela cheia do Rio Caí, no município de Montenegro. Cerca de 30 pessoas privadas de liberdade ajudaram a transportar móveis e pertences de moradores que tiveram suas casas invadidas pela água.
Os itens foram levados a um abrigo temporário e, conforme as condições permitirem, serão reentregues às residências com o mesmo tipo de apoio. A força-tarefa ocorre após uma sequência de chuvas intensas que deixou 738 pessoas desalojadas e 155 desabrigadas na cidade.
Além disso, dois apenados atuam na limpeza e organização do abrigo instalado no Parque Centenário, que acolhe as famílias afetadas. Um outro monitorado por tornozeleira eletrônica, autorizado pela Justiça, presta apoio diretamente ao Corpo de Bombeiros Militar, onde são coordenadas as ações da Defesa Civil.
Com a precipitação acumulada de 134,80 milímetros desde segunda-feira (15), o nível do Rio Caí ultrapassou 6 metros, inundando diversos bairros. Diante do cenário, a prefeitura decretou situação de emergência.
A atuação dos detentos integra o esforço estadual de enfrentamento aos efeitos das enchentes. “Assim como em 2023 e 2024, a mão de obra prisional contribui em várias frentes. É um momento de solidariedade e integração, com atuação autorizada pela Justiça”, afirmou o secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo, Jorge Pozzobom.
O coordenador da Defesa Civil de Montenegro, Clovis Eduardo Pereira, também destacou o impacto positivo da colaboração. “A atuação dos servidores e apenados foi essencial para o atendimento rápido às famílias. A mão de obra prisional agiliza o trabalho da Defesa Civil”, afirmou.