A Polícia Civil deflagrou, nesta terça-feira, 17, a segunda fase da Operação Guerra ao Terror, com foco em desarticular o núcleo financeiro de uma organização criminosa com forte presença no Rio Grande do Sul, especialmente na Serra Gaúcha.
Coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Caxias do Sul, a ação identificou que o grupo movimentou mais de R$ 150 milhões oriundos do tráfico de drogas e armas. Os recursos eram enviados a familiares dos líderes, que os aplicavam em criptoativos, casas de apostas on-line e jogos de pôquer virtuais, muitas vezes por meio de empresas no exterior, dificultando o rastreamento.
Posteriormente, os valores retornavam ao patrimônio dos familiares, sendo usados na compra de imóveis, veículos, terrenos e outros bens, numa tentativa de ocultar a origem ilícita do dinheiro. Durante o cumprimento das ordens judiciais, foram sequestrados 11 imóveis, avaliados em cerca de R$ 8 milhões, e 24 veículos, com valor estimado em R$ 2 milhões. Houve ainda o bloqueio de R$ 59 milhões em contas bancárias e de R$ 2 milhões em criptoativos.
O prejuízo imposto ao grupo ultrapassa R$ 71 milhões. Ao todo, 16 pessoas são investigadas por lavagem de dinheiro e organização criminosa, crimes puníveis com reclusão, perda de bens e outras sanções legais.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Farroupilha, Capão da Canoa, Arroio do Sal, Cidreira e Florianópolis (SC), cidades onde o grupo mantinha atividades financeiras.