A Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram) de Bento Gonçalves flagrou, no último domingo (15), um grave caso de poluição hídrica no município de Veranópolis, na Serra Gaúcha. Durante vistoria em um empreendimento às margens da BR-470, identificado como pertencente à empresa Oleoplan, os agentes constataram o lançamento irregular de efluentes líquidos diretamente no solo e em corpos hídricos da região.
A operação foi motivada por uma denúncia de moradores, que relataram a presença de efluentes com coloração preta e odor forte saindo da área industrial. No local, a guarnição encontrou uma lagoa de contenção de dejetos com sinais claros de transbordamento. O material poluente, segundo o laudo preliminar, escoava sem tratamento para o ambiente externo.
Durante a fiscalização, foi registrada uma significativa mortandade de peixes, consequência da baixa oxigenação da água no reservatório. A cena era alarmante: peixes mortos boiando e outros agonizando à superfície, em busca de oxigênio. As carcaças estavam sendo levadas por um curso d’água até o Arroio Jabuticaba, afluente do Rio das Antas, ampliando o dano ambiental.
Segundo a Patram, é prática recorrente que empresas aproveitem dias de chuva intensa para descartar resíduos em corpos d’água, dificultando a ação de órgãos de fiscalização ambiental. A movimentação natural das águas disfarça os vestígios da poluição e atrasa a identificação das fontes de contaminação.
Diante da situação, a equipe ambiental acionou a FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental), que determinou o fechamento imediato do escoamento do lago e o acionamento de aeradores para elevar os níveis de oxigênio. As medidas são paliativas, enquanto o caso segue em apuração.
A ocorrência foi tipificada como crime de poluição hídrica, conforme o Artigo 54 da Lei nº 9.605/98, que trata dos crimes ambientais no Brasil. A coordenadora de meio ambiente da empresa foi encaminhada à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) para prestar depoimento e registrar o fato.
A reportagem do NB Notícias deixa o espaço aberto para manifestações da Oleoplan sobre o fato. A FEPAM e o Ministério Público Estadual acompanham o caso e deverão avaliar possíveis sanções administrativas e criminais sobre o caso.