Famílias que visitaram os cemitérios públicos de Bento Gonçalves no último domingo (12), Dia das Mães, encontraram um cenário de descaso e violação. Crucifixos, letras de bronze e até vasos de flores foram furtados de túmulos, causando indignação entre os moradores. Apesar das cobranças, a prefeitura segue sem dar explicações.
No Cemitério Municipal Central, relatos indicam que os furtos vêm ocorrendo há meses, mas se intensificaram nas últimas semanas. No domingo, Ademir Luis Massolini desabafou nas redes sociais após perceber o roubo dos letreiros do túmulo da mãe. “Levei flores como de costume, e tive uma surpresa: roubaram os nomes das famílias. Já tinham levado quase todos os crucifixos”, afirmou.
A sensação de abandono se repete entre outros frequentadores. “Lamentável. Falta de respeito com a dor das famílias. Até quando vai continuar essa profanação?”, questionou Rudimar Dal Asta. Ele cobrou mais segurança e fiscalização, sugerindo que os objetos furtados estariam sendo vendidos ilegalmente.
As denúncias não se limitam ao centro da cidade. No Cemitério do bairro Santo Antão, pelo menos 18 túmulos foram violados. “Levaram letras, crucifixos e castiçais. Quebraram portas e vidros das capelas”, relatou Maria Teresa, que lamenta a ausência de medidas protetivas. “A prefeitura nos manda boleto todo ano. Mas segurança ao patrimônio? Nenhuma.”
Os túmulos violados pertencem a famílias que pagam taxas anuais à prefeitura, que, segundo os moradores, não oferece qualquer contrapartida em vigilância ou manutenção.
A cobrança dos moradores é direta: querem responsabilização e garantias mínimas de respeito aos espaços onde repousam seus familiares. “Nem flores podemos mais deixar”, desabafa Maria Teresa.
Até agora, não há registro de prisões ou investigação em andamento. O silêncio do poder público aprofunda a sensação de impunidade.