A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga a morte de Isabelly Carvalho Brezolin, menina de 11 anos, vítima de agressões físicas e abuso sexual atribuídos aos próprios pais, em São Gabriel, na Fronteira Oeste do Estado. O crime, revelado nesta semana, provocou comoção e reforça os alertas sobre os riscos silenciosos da violência infantil.
Na noite de quarta-feira (7), Isabelly foi levada à Santa Casa de São Gabriel com fraturas, perfuração pulmonar, hematomas e lesões que indicavam abuso sexual. Os pais presos, José Lindomar Brezolin, de 55 anos, e Elisa Oliveira, de 36, afirmaram que a menina teria caído da cama — versão descartada pelos médicos. A gravidade dos ferimentos levou à transferência da vítima para o Hospital Universitário de Santa Maria, onde ela morreu horas depois.
Após a constatação da morte, os pais foram presos em flagrante. Passaram por audiência de custódia e seguem detidos no Presídio Estadual de São Gabriel. A Polícia Civil solicitou à Justiça a conversão da prisão temporária em preventiva, pedido protocolado na quinta-feira (8) e que aguarda decisão.
O caso está sendo tratado como prioridade pelas autoridades. A investigação por homicídio e estupro de vulnerável segue em andamento. O Ministério Público acompanha os desdobramentos.
A Escola Municipal Presidente Kennedy, onde Isabelly estudava, declarou pesar pela morte da aluna. A direção afirmou que a menina mantinha comportamento considerado normal e que nenhum sinal de violência foi notado pelos professores ou colegas. O Conselho Tutelar também informou que não havia denúncias anteriores envolvendo a família.
Este é o segundo caso de violência contra crianças em São Gabriel em menos de dois meses. Em 25 de março, Tiago Ricardo Felber, de 40 anos, matou o próprio filho de cinco anos ao jogá-lo de uma ponte sobre o Rio Vacacaí, supostamente por vingança contra a ex-companheira. O autor foi preso e denunciado por homicídio qualificado.
As duas ocorrências expõem o desafio enfrentado por famílias, escolas e autoridades em identificar e agir diante de situações de risco para crianças. Mesmo sem sinais visíveis, a violência doméstica pode acontecer de forma silenciosa.
Denúncias de agressão infantil, abuso sexual ou violência doméstica podem ser feitas de forma anônima pelos seguintes canais:
Disque 100 (Direitos Humanos)
Disque 190 (Emergência da Polícia Militar)
Conselho Tutelar do seu município
Delegacias especializadas ou de plantão