As operadoras de telecomunicações estão começando a corrida pela liderança na cobertura da internet móvel de quinta geração (5G) no país, com a ativação do sinal a partir deste mês nas maiores capitais. Este é um passo importante para se avançar na digitalização da sociedade, com uma conexão que promete ser cerca de dez vezes mais veloz que o 4G. E, para a surpresa de muitos, Bento Gonçalves deve ser uma das primeiras cidades do interior do Brasil a receber a nova tecnologia, atualmente disponível somente no eixo Rio São Paulo.
A Capital do Vinho foi escolhida pela operadora TIM para servir de piloto na entrada da tecnologia 5G no Brasil. A expectativa é que o sinal 5G já esteja disponível a partir do mês de setembro. Bento foi escolhida ao lado de Itajubá, em Minas Gerais, e Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. A tecnologia utilizada será a mesma anunciada pela Claro, a Dynamic Spectrum Sharing (DSS), ou Compartilhamento Dinâmico de Espectro. Isso significa que o serviço oferecido pela TIM vai utilizar frequências já utilizadas pela operadora na oferta das gerações anteriores do serviço móvel, distribuindo recursos dinamicamente entre os smartphones atuais e os novos, que sejam compatíveis com a nova rede.
A mexicana Claro (do grupo America Móvil) foi a pioneira ao ativar o sinal no início do mês de julho. Por enquanto o serviço só está disponível em alguns bairros de São Paulo e Rio de Janeiro, mas com planos de chegar a mais bairros até o fim deste ano.
A espanhola Telefônica, dona da Vivo, anunciou que ativará o 5G em oito cidades a partir do dia 24 deste mês (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Goiânia, Curitiba e Porto Alegre). A iniciativa colocará a companhia na liderança da cobertura do 5G em número de cidades no país.
Por sua vez, a Oi, em recuperação judicial, ainda não tem data prevista para ativar o 5G. Procurada pela reportagem, a empresa informou em nota que pretende fazer isso antes do leilão da Anatel.
Popularização do 5G ainda está longe
A popularização do acesso à nova tecnologia ainda vai levar de dois a três anos. Para isso se tornar realidade, é necessário acontecer o leilão de frequências da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), previsto para 2021. O leilão é visto como essencial para dar escala à nova tecnologia, uma vez que determinará as frequências específicas para o 5G. Depois disso vêm a disseminação das redes pelas operadoras e o barateamento de celulares e outros aparelhos. Um processo nada rápido.