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Dia do Trabalhador relembra conquistas e novos desafios no mercado de trabalho

Data marca trajetória de direitos e alerta para a necessidade de adaptação às mudanças tecnológicas e sociais

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Dino
30/04/2025 às 12h04
Dia do Trabalhador relembra conquistas e novos desafios no mercado de trabalho
Canva - Leonidas Santana - Getty Images

O Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio, relembra a luta histórica pelos direitos trabalhistas e convida à reflexão sobre as transformações em curso no mercado de trabalho.

A origem da data remonta a 1886, em Chicago, nos Estados Unidos, quando trabalhadores organizaram uma série de greves para reivindicar a redução da jornada diária para oito horas. A repressão ao movimento, conhecida como Revolta de Haymarket, provocou mobilizações em vários países. No Brasil, o 1º de maio foi oficializado como Dia do Trabalhador em 1924, por decreto do presidente Artur Bernardes, e consolidado anos depois, durante o governo de Getúlio Vargas, com a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943.

Reconhecido como feriado nacional pela Lei nº 662/49, o 1º de maio assegura aos trabalhadores brasileiros o direito ao descanso. Quem exerce atividades essenciais nesta data deve receber o pagamento em dobro ou, alternativamente, usufruir de uma folga compensatória, conforme estabelece a Súmula 146 do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

As conquistas históricas registradas na legislação — como a limitação da jornada a oito horas diárias, o direito a férias anuais remuneradas, o pagamento do 13º salário, a criação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o seguro-desemprego, as licenças maternidade e paternidade e o direito à sindicalização — continuam a estruturar as relações de trabalho no país. Esses avanços, alcançados ao longo de décadas, garantiram maior segurança, estabilidade e proteção para milhões de trabalhadores.

Mudanças digitais remodelam o mercado e exigem novas garantias

O mercado de trabalho atravessa profundas transformações. A digitalização, o avanço do teletrabalho e a expansão da economia de plataformas remodelam as formas tradicionais de contratação. E sesses movimentos exigem que as normas evoluam para acompanhar as novas realidades.

Para Katiane dos Santos, especialista da área trabalhista da Econet Editora, o desafio atual está em equilibrar inovação e proteção social. “A tecnologia trouxe novas oportunidades, mas também impõe o risco de flexibilizações que podem fragilizar direitos essenciais. O direito ao descanso, à remuneração justa e à segurança no ambiente de trabalho, seja físico ou virtual, precisa ser preservado”, afirma.

A pandemia de covid-19 acelerou mudanças que já se desenhavam nos últimos anos. Com o teletrabalho se tornando parte da rotina de milhares de profissionais e a crescente adesão a modelos de prestação de serviços por aplicativos, surgiram novas demandas por regulamentação e proteção. As fronteiras entre emprego formal e trabalho autônomo tornaram-se mais tênues. Assim, as legislações precisam se adaptar para garantir que os direitos não fiquem restritos apenas a vínculos tradicionais.

Segundo Katiane, a resposta a essas mudanças passa pelo fortalecimento das negociações coletivas e pela criação de instrumentos jurídicos capazes de assegurar proteção social mesmo em cenários de maior flexibilidade. “A preservação da dignidade no trabalho depende não apenas de manter as conquistas históricas, mas também de encontrar caminhos para proteger quem está em novas formas de inserção no mercado”, observa.

O 1º de maio de 2025 surge, assim, como um momento de reconhecimento e de reflexão. Reconhecimento pelo que já foi alcançado em termos de direitos trabalhistas, e reflexão sobre os ajustes necessários para construir um mercado de trabalho mais justo, inclusivo e preparado para as dinâmicas da economia digital. No centro desse processo, destaca Katiane, deve estar o compromisso com o trabalho digno, a segurança jurídica e a valorização do trabalhador como protagonista das transformações sociais e econômicas em curso.

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