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Bento Gonçalves, RS
A Polícia Civil descobriu uma nota fiscal que confirma a compra de arsênio pela internet feita por Deise Moura dos Anjos, suspeita de ter matado quatro pessoas da mesma família. O documento, obtido com exclusividade pela RBS TV, foi encontrado no celular apreendido durante as investigações e indica que o produto foi enviado pelos Correios.
Deise, que está presa temporariamente, é acusada de praticar uma série de homicídios por envenenamento no litoral norte do Rio Grande do Sul. A delegada Sabrina Deffente, responsável pelo caso, afirmou que "não há dúvida" sobre o envolvimento da suspeita nos crimes.
A nota fiscal mostra que uma das compras ocorreu pouco antes da morte do sogro de Deise, que foi diagnosticado com envenenamento por arsênio. Outras aquisições foram feitas antes de dezembro, mês em que três pessoas da mesma família morreram após consumir um bolo envenenado. A delegada destacou que Deise tentou apagar provas que pudessem ligá-la aos crimes, mas os investigadores conseguiram recuperar arquivos no celular que indicam um padrão de comportamento meticuloso e premeditado.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Marcos Veloso, a sogra da suspeita, Zeli dos Anjos, era o principal alvo dos envenenamentos. A polícia já confirmou que Deise levou o leite em pó para a casa dos sogros. A polícia tenta entender como a farinha, usada para fazer o bolo de Natal, parou na dispensa de Zeli dos Anjos.
O arsênio, especificamente o trióxido de arsênio, é um composto químico altamente tóxico. No Brasil, a substância tem sua venda proibida para fins de uso como raticida, sendo restrita a aplicações específicas, como em tratamentos quimioterápicos. A compra do produto pela internet, segundo especialistas, indica uma possível falha na fiscalização de substâncias controladas.
A defesa de Deise Moura dos Anjos afirmou, em nota, que as declarações divulgadas pela Polícia Civil ainda não foram judicializadas e que aguardam o acesso completo aos documentos e provas para se manifestarem oficialmente sobre o caso.
A Polícia Civil trabalha para consolidar as evidências e fortalecer as acusações contra Deise. Para Sabrina Deffente, os elementos até agora apontam para homicídios em série, praticados ao longo de um período prolongado, e que só agora vieram à tona graças ao avanço das investigações.
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