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UFRGS cria IA para detectar câncer de boca em estágio inicial no RS

Inovação visa aumentar a chance de tratamento precoce da doença.

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Reprodução/Especial
13/12/2025 às 08h39 Atualizada em 13/12/2025 às 12h17
UFRGS cria IA para detectar câncer de boca em estágio inicial no RS
Reprodução/Especial

Um projeto inovador da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) está desenvolvendo um sistema de inteligência artificial (IA) com o objetivo de detectar sinais precoces do câncer de boca. A iniciativa, que envolve pesquisadores das áreas de Odontologia e Informática, promete revolucionar a forma como a doença é identificada, aumentando as chances de tratamento e cura. O estudo se concentra no carcinoma espinocelular, que representa um dos tipos mais comuns de tumor na mucosa bucal, afetando cerca de 15 mil brasileiros anualmente.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) revelam que aproximadamente 6 mil pessoas morrem em decorrência da enfermidade, com mais de 60% dos casos diagnosticados apenas em estágios avançados. O projeto da UFRGS visa realizar o rastreamento da doença em grupos de risco, como aqueles que fumam ou consomem álcool, fatores que são considerados as principais causas do câncer de boca. O processo inicial envolve a coleta de fluidos bucais dos pacientes, que serão analisados ao longo de um acompanhamento prolongado.

Tradicionalmente, a análise das alterações celulares é feita de forma manual, com especialistas utilizando microscópios. Com a nova tecnologia, a IA automatiza essa etapa, identificando mudanças no núcleo celular, como aumento de estruturas e variações de forma e cor que podem indicar predisposição ao câncer. O professor Manuel Menezes de Oliveira Neto, do Instituto de Informática da UFRGS, explica que a automação torna o processo mais rápido e escalável, permitindo a realização de um maior número de exames em menos tempo.

Embora essa tecnologia não substitua procedimentos como a biópsia, ela pode atuar como um exame complementar, ajudando a identificar riscos antes do surgimento das lesões. Os pesquisadores buscam estabelecer valores de referência que indiquem a probabilidade de desenvolvimento da doença, o que poderá facilitar o diagnóstico precoce. A professora e doutoranda Tatiana Wanmacher Lepper destaca que o projeto deve levar cerca de 10 anos para ser concluído, tempo necessário para a realização de estudos longitudinais que acompanhem pacientes ao longo do tempo.

A expectativa é que, no futuro, o sistema desenvolvido pela UFRGS possa ser integrado à rede pública de saúde, ampliando o acesso ao diagnóstico precoce do câncer de boca. “Precisamos acompanhar esses pacientes por um período prolongado para validar os padrões identificados e ajustar os valores de referência”, conclui Tatiana.

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