A luta livre mundial perdeu um de seus maiores ícones. Hulk Hogan, nome artístico de Terry Gene Bollea, morreu nesta quinta-feira, 24 de julho de 2025, aos 71 anos, vítima de uma parada cardíaca em sua residência em Clearwater, na Flórida, Estados Unidos. O ex-lutador, ator e empresário estava em casa quando passou mal e chegou a ser atendido por paramédicos, mas não resistiu.
Conhecido por sua bandana amarela, o bigode loiro e o carisma explosivo, Hulk Hogan marcou gerações com sua imagem imortalizada nos ringues da WWF, atual WWE, e se tornou um verdadeiro símbolo da cultura pop dos anos 1980 e 1990. Ele começou sua carreira em 1977, mas alcançou notoriedade mundial a partir de 1983, quando estreou oficialmente na World Wrestling Federation e se tornou o rosto da chamada “Hulkamania”, uma febre que arrastava multidões.
Durante sua trajetória, Hogan venceu o título principal da WWE cinco vezes, conquistou os dois primeiros Royal Rumble da história e protagonizou lutas históricas, como o embate contra André the Giant, que foi assistido por mais de 30 milhões de pessoas ao vivo na televisão americana. Seu bordão — “Whatcha gonna do, brother, when Hulkamania runs wild on you?” — entrou para o vocabulário popular de fãs de todas as idades.
Nos anos 1990, Hogan mudou o rumo da carreira ao ingressar na WCW, onde reinventou sua imagem como o vilão Hollywood Hogan, liderando o grupo nWo (New World Order). A manobra consolidou a ascensão da WCW e ajudou a criar uma das eras mais memoráveis do wrestling mundial. No cinema, participou de filmes como Rocky III, Comando Suburbano e Mr. Nanny, além de estrelar o reality show Hogan Knows Best.
Apesar do sucesso, sua carreira também foi marcada por polêmicas. Em 2015, uma gravação privada com declarações racistas veio à tona, levando à sua exclusão temporária da WWE. Anos depois, foi reintegrado e recebeu novamente honrarias no Hall da Fama, do qual faz parte duas vezes — uma como lutador individual, outra como membro do nWo.
Nos últimos anos, Hogan enfrentava dores crônicas e passou por diversas cirurgias na coluna e no quadril. Em maio de 2025, havia realizado um procedimento no pescoço, do qual vinha se recuperando. Pouco antes de sua morte, havia lançado um novo projeto pessoal: a Real American Freestyle, uma nova liga de wrestling da qual era o comissário e que prometia reviver o espírito clássico do esporte-espetáculo.
A notícia de sua morte repercutiu imediatamente entre fãs, atletas e celebridades. Lutadores como Ric Flair, John Cena e Roman Reigns prestaram homenagens. Sylvester Stallone, com quem contracenou em Rocky III, descreveu Hogan como “uma força da natureza e um amigo de verdade”. A WWE divulgou uma nota oficial chamando-o de “um dos rostos mais reconhecíveis da história do entretenimento esportivo”.
Hogan deixa dois filhos, Brooke e Nick, frutos do casamento com Linda Claridge. Seu legado é vasto: mais do que um campeão, ele ajudou a transformar a luta livre em um fenômeno global, misturando performance, força e espetáculo como ninguém.
Sua morte representa o fim de uma era. Mas o nome Hulk Hogan continuará vivo nos gritos da plateia, nas reprises das lutas históricas e no imaginário coletivo de quem cresceu acreditando que a força de um herói podia mesmo mudar o mundo.