Quase um ano após a reabertura da BR-470, no trecho entre Veranópolis e Bento Gonçalves, a rodovia segue com obras de reconstrução coordenadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Entre as intervenções planejadas, destaca-se o projeto de uma nova ponte sobre o Rio das Antas, que deverá substituir a atual Ponte Ernesto Dornelles, estrutura com mais de 70 anos de uso.

O plano prevê a construção de uma nova ponte ao lado da Ponte Ernesto Dornelles, também conhecida como ponte dos arcos. A estrutura atual, com apenas sete metros de largura e sem acostamento, teve uma das cabeceiras danificada por deslizamentos em 2024, agravando sua condição estrutural. O DNIT está conduzindo um estudo de viabilidade técnica e econômica, com conclusão prevista para julho. Se aprovado pelo governo federal, o projeto permitirá que o tráfego seja transferido para a nova estrutura, enquanto a ponte antiga poderá ser transformada em ponto turístico.

O trecho sofreu 94 deslizamentos de terra durante as chuvas intensas de maio de 2024, exigindo uma mobilização emergencial. Atualmente, mais de 30 frentes de trabalho estão ativas ao longo dos oito lotes da rodovia, com cerca de 700 operários e 400 máquinas em operação.

Viadutos em andamento

Além da nova ponte, dois viadutos estão sendo construídos nos quilômetros 192 e 193 da rodovia. Essas Obras de Arte Especiais (OAE) substituirão trechos destruídos por deslizamentos. As estruturas terão 85 e 96 metros de extensão, com alturas de 15 e 17 metros, respectivamente. O investimento total é de R$ 52,3 milhões, com conclusão prevista para o final de 2025.

Um dos diferenciais técnicos do projeto é o uso de vigas metálicas, em substituição às de concreto armado. A mudança visa acelerar a execução e adaptar melhor as obras às condições do terreno, com geometria curva e vãos amplos que facilitam o escoamento de água e detritos.

“Com essas intervenções, a BR-470 avança rumo a uma infraestrutura mais moderna, resiliente e segura, essencial para a mobilidade e o desenvolvimento da Serra Gaúcha”, destacou o superintendente regional do DNIT no Rio Grande do Sul, Hiratan Pinheiro da Silva.