A nova fórmula do creme dental Colgate Clean Mint, lançada em julho de 2024, provocou reações adversas em mais de 1,2 mil consumidores, segundo registros da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As queixas aumentaram de forma expressiva desde a suspensão inicial da venda, em março, quando apenas 13 notificações haviam sido feitas.

O produto, uma variação do tradicional Colgate Total 12, passou a conter fluoreto de estanho no lugar do fluoreto de sódio. Embora a mudança seja apontada como possível causa das reações, ainda não há confirmação técnica sobre a origem dos sintomas. Entre os efeitos relatados estão ardência, inchaço, aftas, dor e irritações na boca. Em casos mais graves, usuários relataram dificuldades para falar e se alimentar.

A comercialização do produto foi suspensa em 27 de março, mas voltou às prateleiras três dias depois, após recurso da empresa. No fim de abril, no entanto, a Anvisa voltou a proibir a venda, diante do aumento de notificações. A restrição segue em vigor, enquanto as investigações prosseguem.

A Anvisa apura se os sintomas podem ter sido provocados por aromatizantes à base de óleos essenciais, corantes ou outros aditivos. Esses compostos são usados para dar sabor ao creme dental, mas são conhecidos pelo potencial alergênico.

A Colgate afirmou, em nota, que “cada relato dos consumidores está sendo tratado com atenção” e que colabora com a agência nas investigações técnicas. A empresa reforçou a confiança nos seus padrões de qualidade e segurança e reconheceu que uma pequena parte da população pode ser sensível a ingredientes presentes em produtos de higiene. A recomendação da marca é interromper o uso em caso de reação e procurar orientação médica se os sintomas persistirem.

Até a conclusão dos estudos, o produto segue fora do mercado, e o episódio levanta dúvidas sobre a comunicação de riscos e os testes prévios em alterações de fórmulas de itens de uso diário.