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Governo de São Paulo privatiza três linhas de trens da CPTM
Contrato prevê investimentos de R$ 14,3 bilhões em 25 anos
28/03/2025 18h21
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Agência Brasil

O Governo de São Paulo privatizou nesta sexta-feira (28), no leilão do Lote Alto Tietê, a administração dos serviços das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

O pregão, realizado na B3, na capital paulista, foi vencido pela Comporte Participações SA, que ofereceu desconto de 2,57% sobre as contraprestações que o estado paulista deverá pagar ao concessionário , que poderá chegar a cerca de R$ 1,5 bilhão ao ano. A outra empresa participante do certame, a CCR SA, ofereceu desconto de 1,45% nas contraprestações.

O contrato de concessão prevê investimentos de R$ 14,3 bilhões nas linhas ao longo de 25 anos . Está previsto ainda um aporte público de aproximadamente R$ 10 bilhões para viabilizar as obras necessárias para melhorias nas três linhas. Deverão ser construídas dez novas estações e reformadas 24 já existentes, além da eliminação de todas as passagens em nível, que serão substituídas por passarelas, viadutos ou passagens subterrâneas.

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As linhas também passarão por investimentos na rede aérea, via permanente e sinalização, além da implantação de novos equipamentos e sistemas. Até 2040, a previsão é que as três linhas transportem juntas 1,3 milhão de passageiros por dia.

As três linhas privatizadas atendem principalmente à Zona Leste da capital paulista e regiões metropolitanas onde vivem mais de 4,6 milhões de pessoas.

Segundo o governo do estado, a concessão permitirá a redução do intervalo entre os trens:

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Linha 11-Coral:

Linha 12-Safira

Linha 13-Jade

Críticas

Os sindicatos dos trabalhadores ferroviários criticaram a privatização da administração das linhas e ressaltaram que o serviço nas linhas da CPTM já concedidas à iniciativa privada, como na 8-Diamante e a 9-Esmeralda, passaram a apresentar falhas recorrentes, como atrasos, quebras, colisão e descarrilamentos.

Em março de 2023, após descarrilamentos sucessivos registrados nas linhas 8 e 9 da CPTM, administradas pela empresa Via Mobilidade, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) chegou a anunciar que havia encerrado as tratativas com a concessionária e que iria "tomar as providências necessárias" para a extinção do contrato de privatização.

Alguns meses depois, o MP e a empresa fizeram um acordo para que a concessionária pagasse cerca de R$ 800 milhões ao estado para compensar os problemas gerados aos passageiros e não tivesse o contrato questionado.

Nesta quinta-feira (27), trabalhadores ferroviários e familiares realizaram uma manifestação contra a privatização das linhas 11, 12 e 13 em frente à Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, no centro da capital paulista. O ato foi reprimido pela Polícia Militar e deixou feridos.